O Governo deve tentar atender às demandas dos fiscais da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro), que declararam greve na terça (12). A avaliação foi feita pelo deputado oposicionista Antonio Coelho (DEM) na Reunião Plenária desta quarta (13). O parlamentar manifestou o temor de prejuízos econômicos substanciais para o setor agropecuário caso o movimento, que atualmente deixa a inspeção em abatedouros com 30% do efetivo, evolua para uma paralisação total das atividades do órgão.
“As demandas dos servidores são justas. Eles estão com salários congelados desde 2014, o que significa uma perda de 30% de renda para eles nesse período”, destacou o democrata, que ressaltou também o déficit de pessoal e a falta de serviços de manutenção e limpeza na sede da autarquia estadual.
Coelho cobrou também a apresentação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos para os servidores da Adagro. “A proposta ficou pronta em 2016, mas está na gaveta e nunca foi enviada para a Alepe”, informou. “Nós poderíamos conceder um justo e merecido reconhecimento salarial, mas sabemos que o governador Paulo Câmara tem uma dificuldade enorme em cumprir a palavra. Se o plano de cargos for inviável, que, pelo menos, o Governo garanta a reposição de 30% dos salários”, sugeriu.
Antonio Coelho apontou risco para os produtores agrícolas se os funcionários do órgão decidirem paralisar completamente as atividades. “Se a Adagro deixar de emitir a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), isso atingirá os pequenos agricultores, justamente quando poderiam vender seus produtos por um preço mais favorável. Na greve que ocorreu em 2018, o prejuízo foi de US$ 3 milhões em apenas três dias de paralisação”, lembrou.