O fogo queima a Floresta Amazônica, próximo da comunidade indígena Mura, em Autazes, a 100 quilômetros de Manaus. A equipe do Jornal Nacional acompanhou os indígenas no combate às queimadas.
Um foco de incêndio teve início e os próprios moradores da comunidade tentam apagar as chamas.
“O maior medo é que chegue às residências, que possa queimar as casas que estão bem próximas aqui da floresta. A nossa preocupação também é com relação a grande quantidade de fumaça que tem adentrado, tem as pessoas idosas, hipertenso, tem grávida, tem criança, então isso também é uma preocupação a mais, além do fogo”, fala o líder indígena Ilair Pereira dos Santos.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que, das 10 cidades brasileiras que mais queimaram nas últimas 48 horas, seis são do Amazonas. Autazes é a primeira.
Agentes do Ibama, dos Bombeiros e do Instituto de Pesquisas Ambientais do Amazonas (Ipaam) ajudam no combate às queimadas.
“Está aparecendo muitos casos de pacientes que chegam com a gente com falta de ar, tosse seca. A nossa preocupação maior é em relação à questão respiratória né? Crianças, idosos e grávidas. Hoje mesmo nós atendemos uma grávida que chegou com muito cansaço, foi feita medicação, estabilizamos, ficou aqui e depois liberamos já com a medicação”, fala Daniela Lima da Costa, médica do programa Mais Médicos.
O Governo do Amazonas declarou que boa parte da fumaça cinza que cobriu Manaus nos últimos dias vem das queimadas em Autazes e em outras cidades da região metropolitana.
A capital amanheceu coberta por uma nuvem forte de fumaça das queimadas. A qualidade do ar na cidade é considerada péssima.
Em um porto, mal dava para ver as embarcações. Muitas navegam por GPS porque não têm visibilidade. “A visibilidade é restrita, só que a gente usa os aparelhos, o sonar, o radar, e vamos olhando por eles. Mas fica invisível aqui a nossa visibilidade”, diz o piloto de embarcação Paulo Saraiva.