Na reta final do seu segundo mandato à frente do Governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) tem até abril do ano que vem para decidir se vai ou não disputar uma posição na Câmara Federal ou no Senado. Se o socialista optar por ir às urnas, ele terá que deixar o cargo que ocupa hoje. A pouco mais de um ano para as próximas eleições, é praticamente um consenso que o PSB, partido que lidera a Frente Popular em Pernambuco, terá grande dificuldade em formar a sua chapa majoritária no Estado. Para além dos problemas internos que os socialistas enfrentam para escolher seu candidato a governador, hoje a coligação tem mais de 10 partidos e muitos deles já lançaram pré-candidatos para a única vaga ao Senado que estará disponível em 2022 – como o PSD, o Progressistas e o Republicanos, por exemplo.
Nas últimas semanas, contudo, esse cenário aparentemente embolado vem dando sinais de que pode caminhar para uma pacificação, pois parte desses pré-candidatos à Casa Alta afirmou publicamente que abriria mão dessa vaga, desde que o postulante a ocupar o espaço seja o governador Paulo Câmara (PSB). Na reta final do seu segundo mandato à frente do Executivo estadual, Paulo tem até abril do ano que vem para decidir se vai ou não disputar uma posição na Câmara Federal ou no Senado. Se o governador optar por ir às urnas, ele precisará deixar o cargo que ocupa hoje.
Em entrevista ao JC, o deputado federal Eduardo da Fonte, que preside o Progressistas em Pernambuco, afirmou que, pelo tamanho do partido e por sua história na Frente Popular, tem “certeza que o PSB irá colocá-lo como prioridade na aliança”. “Nosso partido está na Frente Popular desde 2006, fomos um dos fundadores da coligação, estivemos com o PSB nas últimas quatro eleições deles para o Governo de Pernambuco. É como diz o ditado, antiguidade é posto. Além disso, somos o terceiro partido em tempo de TV, o terceiro no Estado em número de prefeitos eleitos, a segunda maior bancada da Câmara do Recife e a primeira da Alepe, empatada com o próprio PSB. Tenho certeza que eles vão levar isso em consideração na definição da chapa“, declarou.
Apesar de evitar falar em um possível desembarque da coligação caso o PP seja preterido da majoritária, o parlamentar disse, sem citar nomes, que a agremiação não aceitará “um personagem novo chegar e já se sentar na janela“. “Os critérios que devem ser levados em consideração é o tamanho do partido e a sua representatividade na coligação ao longo dos anos. Hoje, o único cenário que nos faria abrir mão da vaga do Senado seria a candidatura de Paulo, mas aí nós teríamos que estar representados na vice“, cravou Eduardo da Fonte, afirmando que, para a vice, o PP indicaria alguém como o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros, ou o deputado federal Fernando Monteiro.
No início deste mês, em entrevista ao programa Cidade em Foco, da Rede Agreste de Rádios, o presidente do PSD-PE, André de Paula, afirmou que também abdicaria do desejo de disputar o Senado em 2022 caso Paulo Câmara ocupasse essa posição. “O nome do governador reúne a frente inteira. É natural, ele é um nome muito forte, está há 8 anos no governo, andando pelo Estado inteiro, tocando obras. (…) Essa minha pretensão deixa de existir se Paulo Câmara quiser ser candidato a senador”, garantiu o deputado federal.
Apesar de ser um cenário pouco provável para o próximo pleito, no passado o PSB já montou uma chapa em que ocupava tanto a vaga para o governo quanto uma das do Senado. Isso ocorreu em 2014, quando o próprio Paulo estreava nas urnas e o hoje senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) ainda compunha as hostes socialistas. Atualmente, o governador tem evitado falar sobre o seu futuro eleitoral.
O fator PT
Além da acomodação das siglas que já estão ao seu lado, o PSB tem conversado com o PT sobre um possível regresso do partido do ex-presidente Lula à Frente Popular, coisa que, caso se concretize, trará mais um elemento para esse imbróglio que os socialistas têm que resolver. Em entrevistas recentes, lideranças petistas como o deputado estadual Doriel Barros e o senador Humberto Costa têm dito que se a união for realmente retomada, o PT fará questão de ocupar ou a vaga ao governo ou o espaço para o Senado. (Fonte: JC Online)