Bonecos de Jair e Michelle Bolsonaro abrem alas para os outros gigantes durante desfile em Olinda — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Realizada desde 2009, a Apoteose dos Bonecos Gigantes de Olinda foi marcada por estreias, nesta segunda-feira (4). Com saída às 10h30 do Alto da Sé, o desfile contou, pela primeira vez, com os bonecos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e da primeira-dama Michelle na ala de frente. Houve manifestações favoráveis e contrárias entre os foliões.
Durante a concentração, que teve início por volta das 9h, os bonecos de Bolsonaro e Michelle ficaram cobertos por um pano, para evitar danos e confusão entre os foliões.
Dois seguranças da Embaixada dos Bonecos Gigantes de Olinda, responsável pela confecção das alegorias, ficaram tomando conta.
Bonecos gigantes desfilam no Sítio Histórico de Olinda — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press
José Inácio da Silva, de 51 anos, foi um dos seguranças que protegeu o boneco do presidente. Ele está na Embaixada há quatro anos.
“Eu protejo todos os 80 bonecos. A turma só vaia, geralmente, mas nada além disso”, disse, lembrando do caso em que saiu o boneco do jogador Flávio Caça-Rato, do Santa Cruz, gerando furor entre os torcedores do Sport e do Náutico.
Bonecos gigantes garantem a folia em Olinda nesta segunda-feira (4) — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Enquanto os bonecos não eram erguidos, um grupo de turistas solicitou que o boneco do presidente da República fosse descoberto para fotos. O pedido foi prontamente atendido.
Entre os integrantes desse grupo estava Paulo de Yamamoto, natural de São Paulo. “Esse boneco é muito desnecessário, mas todo presidente está sujeito a críticas”, disse o folião.
Nathan Oliveira, responsável por carregar o boneco gigante do presidente Jair Bolsonaro no desfile em Olinda — Foto: Luana Nova/G1
O responsável por carregar o boneco de Bolsonaro pelas ladeiras foi Natan Oliveira, de 23 anos, que se declara como eleitor dele. Ele se mostrou ansioso pelo desfile e nem um pouco receoso pela situação.
“Me sinto honrado por carregá-lo, manipulo bonecos desde os 11 anos e também já carreguei os dos ex-presidentes Lula e Dilma. Temos que ter respeito”, comentou.
Reações
Quando os bonecos de Bolsonaro e Michelle foram levados para a ala de frente do desfile, depois que os outros 78 já estavam erguidos e enfileirados, parte do público presente recebeu os gigantes sob vaias e gritos.
O desfile desceu o Alto da Sé, passou pela Rua do Amparo e seguiu pela ladeira da Prefeitura de Olinda, em um percurso de cerca de 1h30. Alguns foliões a favor de Bolsonaro levantaram camisas durante a passagem do boneco.
Diretamente de Aracaju para as ladeiras de Olinda, Liciane Santana, de 34 anos, se mostrou empolgada pela saída do boneco. “Ele é meu presidente. Faço questão de vir aqui na frente, ao lado dele”, disse.
Chuva no início do desfile dos bonecos gigantes de Olinda não atrapalhou foliões — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Outras figuras políticas que desfilaram foram bonecos dos ministros da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que estreou nas ladeiras em 2019.
Também marcaram presença governantes estrangeiros como Donald Trump, presidente dos Estados Unidos; Wladimir Putin, presidente da Rússia; e Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte.
O desfile foi aberto pelo boneco d’O Incrível Hulk, personagem da Marvel Comics, também estreante em 2019. Personagens da cultura popular e da cultura pop mundial também integraram a Apoteose, a exemplo dos bonecos de Alceu Valença e Ariano Suassuna e de Darth Vader e da Princesa Leia, da saga “Star Wars”.
Boneco do Hulk é uma das novidades do carnaval 2019 em Olinda — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press
Entre os mais animados para o desfile estava o garoto Anaximenes Menezes, de 3 anos. Acompanhado pela avó, Rosalva Assis, de 51 anos, ele levou para o local seu boneco do Homem da Meia-Noite caseiro, feito com caixas de papelão.
“Se não tem boneco, para ele, não é carnaval. Tem loucura por eles, até pediu para dormir de tarde no sábado (2) para poder aguentar, à noite, o desfile do Calunga”, disse Rosalva.