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Abril fatídico: morre o sanfoneiro Camarão

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Blog do Magno

Abril de perdas para Pernambuco na política e na cultura: depois das mortes dos deputados Manoel Santos e Pedro Eugênio chega, há pouco, a confirmação da partida do sanfoneiro Camarão, que estava internado no hospital Santa Joana. Nascido no Distrito de Fazenda Velha, em Brejo da Madre de Deus, Camarão ganhou seu apelido do compositor e amigo Jacinto Silva, que notou as bochechas avermelhadas do sanfoneiro e falou: “Pronto, chegou o Camarão”.
 
Camarão dedicou a maior parte de sua vida à música, sobretudo, à sanfona. O interesse pelo instrumento surgiu dentro da própria família. O oito baixos do seu pai, que era deixado na cama quando ele ia para a roça, foi descoberto por Camarão. “Maria Bonita” foi tocada pelo menino aos sete anos de idade. Aos 20 anos, Camarão ingressou na Rádio Difusora de Caruaru, onde grandes músicos como Sivuca e Hermeto Pascoal também estiveram. Camarão recebeu grande influência de Luiz Gonzaga, inclusive na produção de seus primeiros discos. 3
 
Reconhecido por ventilar o ritmo regional por sopros de sax, trompete e trombone, Camarão tem grande importância na efervescência musical do Estado de Pernambuco. Em 1968, ele cria a primeira banda de forró do Brasil, a Banda do Camarão. 4 Entre os discos, podemos citar: Camarão, Forró pra Frente, Na Toca do Camarão – Camarão e seu Acordeon, A Bandinha do Camarão, Camarão plays Forró, Banda do Camarão, Forrofando em Caruaru. Desde a década de 1980, Camarão mora no Recife, onde ministra aulas de sanfona na Escola de Acordeon de Ouro, fundada por ele e localizada em Areias. Foi homenageado no São João de Caruaru em 1999 e de Recife no ano de 2007. Camarão obteve o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2003.

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