Por Cidinha Medrado para o blog
As histórias estão presentes em nossa cultura todo o tempo. É hábito no Nordeste, contá-las e ouvi-las em seus muitos significados. Durante um encontro de artistas culturais no programa Debate Geral de sábado dia 17 de abril, na rádio Arari FM, o jornalista Roberto Gonçalves leu uma crônica produzida pelo poeta e escritor Vavá Dias, em que homenageia à São Vicente de Paulo (padre Francês nascido em 17 abril de 1581). Em um texto poético, ele lamenta que a igreja de São Vicente tenha sido demolida em Araripina. Admirador das atitudes de amor do padre, Vavá disse que os homens públicos esqueceram o assunto.
Por ser muito caridoso e educado, ao se tornar pároco, Vicente de Paulo, recebeu de uma viúva, uma propriedade e uma pequena quantia em dinheiro. Mas a herança estava com um comerciante em Marselha. No retorno desta, o navio em que se encontrava foi atacado por piratas turcos. Vicente sobreviveu ao ataque, mas foi feito prisioneiro. Os turcos o conduziram a Túnis, onde foi vendido como escravo para um pescador, depois para um químico; com a morte deste, foi herdado pelo sobrinho do químico, que o vendeu para um fazendeiro de religião muçulmana. A mulher do fazendeiro viu o padre cantar, se admirou e perguntou onde ele havia aprendido cânticos tão bonitos. Foi ela quem convenceu o marido a devolver o padre às suas origens. Padre Vicente de Paulo atravessou o Mar Mediterrâneo em uma pequena embarcação em 1610 e conseguiu chegar à costa francesa e lá viveu até 1660. De Aigues-Mortes foram para Avinhão, onde encontraram o Vice-Legado do Papa. Vicente foi canonizado em 16 de junho de 1737, tornando-se São Vicente de Paulo, ele voltou à condição de padre e o renegado voltou atrás publicamente, retornando-o para a Igreja Católica. (Wikipédia).
Em sua saudação, Vavá conta como a imagem de São Vicente de Paulo, chegou a Araripina e chama a atenção do poder público para a reconstrução da igreja.
“A imagem chegou no início do século XX, e ganhou uma igreja com seu nome, era a igreja dos pobres. Na época, quem não tinha condições de comprar um caixão, era transportado para o cemitério no caixão de São Vicente. Hoje a imagem do padre vive de casa em casa. Onde estiver um vicentino ou vicentina ali estará a imagem. Vive de favor, um dia na casa de Maria, outro dia na casa de Francisca. O senhor que foi vendido como escravo, surrado, maltratado, não contava com a astúcia dos homens públicos de Araripina, que num piscar de olhos, derrubaram seu abrigo. Os homens públicos de Araripina, não aprenderam a conjugar o verbo reformar, consertar e construir, apenas conjugam os verbos desmanchar, derrubar e demolir. Eu como cidadão, tenho por obrigação de cobrar dos nossos homens públicos uma reparação a tal descuido, pois bastam quatro paredes e uma porta, só assim devolveremos a São Vicente de Paulo, o seu abrigo”, disse Vavá na sua triste expressão.