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A análise dos cientistas políticos dos primeiros 100 dias do Governo Raquel Lyra

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Foto: reprodução

Uma das dificuldades do governo Raquel Lyra (PSDB) nestes primeiros cem dias de gestão dizem respeito à consolidação de uma base aliada forte. “De certa forma, acontece com Raquel alguma coisa parecida, guardando as devidas proporções, com o que está acontecendo com o governo federal: ela montou uma coalizão de partidos para poder ter uma tranquilidade de quitar o seguro para poder gerir”, lembrou o doutor em Ciência Política Elton Gomes. Costuras no legislativo Para ele, a formação das comissões na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) é uma prova inequívoca que ela não tem ainda uma aliança consolidada com os partidos.

Na costura, os principais colegiados ficaram com deputados aliados, mas o PSB, principal partido de oposição, acabou ganhando o comando de 5 comissões. “Mas muito dificilmente um governador fica sem maioria na Assembleia. O governo sempre tem cargos, os incentivos oferecidos para que os parlamentares estejam com ele”, afirmou. Raquel, segundo Gomes, elegeu três áreas de concentração, mas, até o momento, não se viu um ato de gestão mais robusta, que aponte um norte.

Ajuste na máquina

Já para o cientista político e professor Antônio Henrique Lucena não é novidade para Raquel Lyra saber como funciona a máquina administrativa, levando-se em conta a experiência dela como prefeita de Caruaru. A governadora, no entanto, com a assinatura do primeiro decreto, em janeiro, o das exonerações de todos os cargos comissionados da máquina pública, optou por uma decisão que, “do ponto de vista político pode até ter acertado, mas do ponto de vista administrativo foi relativamente amadora”. De acordo com Lucena, para não paralisar funções importantes, teria sido mais inteligente que Raquel fizesse isso por órgão, observando as prioridades.

“Mas ela optou por exonerar muita gente de uma vez só e em grande medida isso impactou a forma como as coisas avançaram”, afirmou. Alianças tardias A demora para preencher cargos do segundo escalação também é outra crítica de Lucena. Ele exemplificou com a nomeação do diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran), Carlos Fernando Ferreira, e do diretor-geral do mesmo órgão, André Trajano de Oliveira, indicados pelo PL. A aliança e as costuras só foram feitas em meados de março. Para ele, decisões demoradas como essas impedem o governo de avançar.

A homologação do acordo de gestão compartilhada do arquipélago de Fernando de Noronha é vista como um ponto positivo por Lucena. “Evitou uma judicialização que poderia ser muito penosa para o estado e gerar perda do controle da ilha. Seria muito ruim para Pernambuco”, explicou.

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