Ato representa mais um capítulo da crise entre os três Poderes; decisão foi tomada no mesmo dia em que apoiadores do presidente foram alvos de operação da Polícia Federal
No documento, Bolsonaro diz que Moraes cometeu crime de responsabilidade ao instaurar o inquérito 4.781, que ficou conhecido como inquérito das fake news, que apura a ocorrência de ataques e crimes cometidos contra integrantes da Suprema Corte. Bolsonaro havia prometido entregar pedidos de impeachment contra Moraes e o ministro Luis Roberto Barroso, no sábado, 14. Em uma publicação em seu perfil no Twitter, o presidente da República afirmou que os magistrados “extrapolam com atos os limites constitucionais”. Ao menos por ora, Barroso, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi poupado da iniciativa. O magistrado entrou na mira do chefe do Executivo em razão da tramitação da PEC do voto impresso, que foi enterrada pela Câmara dos Deputados. O presidente do TSE foi chamado de “idiota” e “imbecil” por Bolsonaro, que afirmou, em mais de uma ocasião, que Barroso teria interesses pessoais em eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito de 2022.
Apesar da decisão de Bolsonaro, a iniciativa não deve ter efeito prático. Na terça-feira, 17, Pacheco já havia afirmado que a destituição de ministros do STF não era algo “recomendável”. “Já há pedidos de impeachment de ministros do Supremo no âmbito do Senado. A presidência entendeu que não havia ambiente nem justa causa para o encaminhamento e evolução desses pedidos porque entendemos justamente isso: precipitarmos uma discussão de impeachment, seja do Supremo, seja do presidente da República, qualquer tipo de ruptura, não é algo recomendável para um Brasil que espera uma retomada do crescimento, uma pacificação geral, uma pauta de desenvolvimento econômico, de combate à miséria e à pobreza, de combate ao desemprego”, disse.