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Bolsonaro embarca de vez no Centrão em busca de sua reeleição em 2022

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Foto: reprodução

Martelo ainda não está batido, mas presidente deve se filiar ao Progressistas, partido com base em todos os municípios do pais e estrutura para coordenar nova candidatura

Por José Maria Trindade / Rádio Jovem Pan

O presidente Jair Bolsonaro monta a plataforma da reeleição. Como nas relações sociais, no Congresso os grupos de WhatsApp dominaram. Na lista do Centrão, apareceu a mensagem: “Bolsonaro entrou no grupo”. Mais do que uma “acomodação no Ministério”, como diz o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro tenta montar a máquina política para 2022. Os profissionais foram chamados. O presidente deve voltar para o antigo ninho, o PP, e arrastar aliados para tornar o partido o maior do Congresso. O Patriotas admite que o presidente desistiu de se filiar. Uma deputada insistiu com Bolsonaro sobre para qual partido o grupo deverá migrar e não ouviu uma resposta objetiva. O projeto é PP. Na distribuição do superfundão eleitoral de quase R$ 6 bilhões, O Progressistas vai ficar com algo próximo de R$ 600 milhões, considerando os critérios de distribuição. Além disso, a legenda cresceu e tem bases em quase todos os municípios do país. A conclusão é de que agora a disputa será mais profissional.

Este acordo gera descontentamento entre aliados. É natural. Até o presidente demonstra contrariedade ao explicar o aprofundamento com a aliança: “Não é fácil sentar naquela cadeira”. Não é. Deputados próximos a Bolsonaro já anteciparam que, se for este o projeto, “todos seremos PP”. Só que a deputada que esperou duas horas na antessala para conseguir falar com o presidente saiu do palácio sem uma resposta, ou seja, ainda é cedo para assinar a ficha cadastral. O cuidado faz sentido. A estratégia é sentir a aliança, sondar o domínio do Progressistas e só depois partir para a filiação. O partido que o presidente escolher vai receber deputados e senadores em busca de reeleição. Estes acertos regionais são muito complicados e implicam em legendas estaduais que podem dificultar a reeleição do grupo presidencial, e este é o fator complicador.

O Progressistas é o PDS. Fundado em 1993, o PP teve a origem na fusão do PDS com o PDC. Foi criado o PPR, presidido pelo senador Espiridião Amin. No comando, estava Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo, que se transformou em presidente de honra e nunca saiu da sigla, com origem lá na Arena — o maior partido do Ocidente, segundo marcou o ex-presidente do partido e ex-governador de Minas, Francelino Pereira. No programa, o Progressistas se define como centro-direita à direita. As mudanças do presidente Jair Bolsonaro levam o Centrão e os profissionais para o comando político do governo e, mais do que base no Congresso, ganha a pegada da experiência política. O entendimento é de que esta disputa pela reeleição não pode ser levada mais como candidatura avulsa, como foi a eleição. Terá que ser profissional até no financiamento. Agora como presidente, o candidato Bolsonaro terá que pagar as despesas do avião e seguranças quando se deslocar em campanha.

O presidente Jair Bolsonaro se assume como Centrão e alerta sobre o uso do nome de forma pejorativa, mas fala a  verdade. Ele foi do PP e do PTB. O projeto para filiação depende da reação dos líderes “como num casamento”, segundo traduz. A movimentação política está tão intensa que líderes se lançam aqui numa tentativa improvável: criar um grande partido governista. Seria a fusão de PP, DEM e PSL. Um partido que sairia com mais de 120 deputados e força política nacional. Uma ação política difícil de ser colocada em prática. Tudo indica que a velha coligação partidária vai funcionar mais uma vez. O ex-presidente Lula articula apoio de legendas organizando palanques regionais. O PP, PTB, PSL, Republicanos, DEM e outros menores já declaram aberto apoio à reeleição. Atualmente, 12 dos 22 partidos com representação no Congresso estão na base do governo. Como o MDB, que é governo, mas declara oposição para o ano que vem.

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