Rafael Cavalcante se reunirá com o governo do estado em uma mesa de negociação. Ele falou sobre o assunto nesta sexta-feira (23), na Rádio Arari FM de Araripina
Por Cidinha Medrado
Próximo dia 27, o SINPOL-PE, Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, se reunirá com o governo do estado em uma mesa de negociação para tratar da pauta que já foi apresentada ao governo e logo em seguida fará uma assembleia com os policiais na sede do sindicato no Recife, onde será repassado o que for decidido na reunião com a gestão estadual. O presidente do Sinpol, Rafael Cavalcante, falou em entrevista exclusiva para o programa Araripina Urgente apresentado comunicador Roberto Gonçalves na Rádio Arari FM, que existe uma boa expectativa, porque é uma pauta transparente e que já foi reivindicada antes. Segundo ele duas solicitações são primordiais: melhorar as condições de trabalho e os salários dos policiais. Ainda de acordo com Rafael, o trabalho da Polícia Civil vem sendo avaliada de forma positiva pelo próprio governo, e apesar das muitas demandas, o trabalho executado está dando resultado para população, como na redução dos crimes violentos letais e contra o patrimônio.
“Exatamente a nossa expectativa sempre é de que no diálogo a gente consiga solucionar os problemas de quem faz tanto pelo povo que são os policiais civis, essas coisas que são mínimas, justas para categoria, então nós vamos conversar com o governo sempre com essa expectativa. Infelizmente parece que a impressão a gente tem do outro lado é que o governo não tem muita disposição de avançar em questões que historicamente na categoria nós estamos descansando, que esses resultados produzidos foram produzidos por toda a polícia civil principalmente, mas que tá trabalhando de uma forma muito massacrante, sem estrutura, salários péssimos e hoje Pernambuco e o 22º pior salário do país, precisa equacionar isso para que dê justiça a todos os servidores da Polícia Civil”, disse o presidente.
Rafael comentou também que depois dessa reunião a categoria vai se debruçar sobre a postura do governo ou se deve deliberar o começo da operação padrão, onde os servidores não farão nada a mais do que pede a legislação em seus setores de trabalho e comentou a forma burocrática de realizar procedimentos, a falta de funcionários que causa demora para solucionar casos de rotina em uma delegacia.
“Além de tudo, nós estamos trabalhando há um ano e meio expostos a uma pandemia e isso é mais uma prova do descaso do governo conosco, sem as condições mínimas dessa forma. Ele empurra tanto e pressiona o policial civil para trabalhar, que tá batendo todos os recordes e todas as metas como nenhuma outra Polícia Civil do país está fazendo, e eu acho uma desumanidade com o policial daqui”, disse ele.
Ele também disse que a categoria está cansada e resolveu dar um basta e espera que dia 27 o governo esteja disposto a sentar e tratar com muita atenção e com muito carinho todas as questões urgentes da Polícia Civil. Disse que não aceita a desculpa de que não tem dinheiro, pois o estado tem recursos.
Sobre a demissão de Áureo Cisneiros, ex-presidente do sindicato, que denunciou ato de perseguição, ataque à liberdade sindical, Rafel disse que teme também ser vítima da mesma forma.
“Eu não posso dizer que não tenho medo, é o meu sustento, e se a gente se acovardar diante desse tipo de ameaça, uma ameaça antidemocrática e inconstitucional, a gente vai fazer com que ele vença e quem vai perder são os policiais e a população. Todos os processos que o Áureo respondeu eu conheço muito bem de perto. Tem que entender que o papel do sindicato defender a classe não é ser subserviente ao governo. Eu conheço os processos eu era o vice-presidente, estou também como parte do processo, fui apontado e estou com processo de demissão, mas não terei medo não, não vamos parar por causa disso, parar é justamente o que o governo quer, e como eu falei, quem vai perder são os nossos policiais e a população”, comentou ele. Ouça entrevista na íntegra: