Ceissa Costa, presidente do Sindicato da Indústria do Gesso do Estado de Pernambuco (Sindugesso), conversou sobre o assunto com o comunicador Roberto Gonçalves; ouça
Por Cidinha Medrado
Ecossistema de Inovação é um projeto que visa impulsionar o desenvolvimento regional, idealizado pelo Sebrae, atualmente em lives virtuais e com a participação de especialistas e representantes de atividades referentes ao tema escolhido para o projeto. O ecossistema para inovação do polo gesseiro do Araripe acontece nesta terça-feira (20) às 18 h pelo You Tube do SEBRAE-PE. Quem abordou o assunto foi Ceissa Costa, presidente do Sindicato da Indústria do Gesso do Estado de Pernambuco (Sindugesso), em entrevista ao Jornalista Roberto Gonçalves. Participam Lucas Ramos, secretário estadual de ciências, tecnologia e inovação, a professora pesquisadora da Univasf, Andréa de Vasconcelos, o Coordenador do Lócus de Inovação em Gesso, Isnaldo Coelho e do diretor de ambientes de renovação e formação superior da SECTI, Carmelo Filho.
“É uma conexão que a gente tá fazendo entre o setor público, universidade e o setor produtivo, esse evento foi criado por meio de ambiente de inovação que foi credenciado pela FACEPE ( Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco), que trabalha essa área de tecnologia e inovação do gesso. Esse ambiente está localizado na Univasf, coordenado pelo professor Isnaldo Coelho que é Engenheiro Elétrico e conta com a participação de diversos colegiados de engenharia da Univasf, como de Elétrica Mecânica, Química da Computação e tem como objetivo promover ações que visem um avanço científico e tecnológico para as demandas de atividades econômicas do setor gesseiro localizado no Araripe”, disse ela.
O projeto, segundo Ceissa busca desenvolver as atividades econômicas que podem ser mais fortes na região, em parceria com governo público, que vai dar apoio e suporte com o laboratório na Univasf, a universidade vai identificar quais são os problemas do setor gesseiro, visando melhorias na área de inovação e tecnologia, também capacitando profissionais da universidade e inserindo eles dentro das indústrias. Com suporte do governo será possível a participação dos municípios para inovar e mudar o polo especialmente na parte digital que exige que mais informações sejam disponibilizadas na internet. Há ainda, uma expectativa de utilização do gesso agrícola na região, o que estudos apontam como uma das grandes riquezas das jazidas existentes no Araripe. É um tema que também deverá ser abordado nestes encontros, esclarecendo a possibilidade de negociar o gesso para agricultura em todos os estados que são produtores liderados pelo agronegócio.
“Vai ser muito importante isso e com a Transnordestina porque a gente vai conseguir escoar mais esse produto que é o gesso agrícola, entrando em mais ambientes que necessitam desse material, porque é um insumo importantíssimo para agricultura e que acaba tendo uma pouca demanda de saída devido aos custos de logística, dificuldade de transportação. Com a transnordestina a gente vai conseguir escoar mais desse material, mais empresas deverão aderir para ter mais participação no mercado, já que a gente vai ter acesso ao Porto de Suape que fica bem mais em conta para os empresários, vai se tornar competitivo aos demais insumos já existentes”, assegurou a sindicalista.
Com relação à matriz energética e a possível chegada do gás natural, o que é muito provável com o funcionamento comum da Transnordestina, Ceissa confirmou que o sindicato e os representantes Já estão estudando a possibilidade de acordo com as demandas.
“A gente já articulou uma reunião para o próximo dia 27, a qual a participação do Jacinto Souza um dos representantes da Golar Power e a gente vai procurar fazer todo esse contexto do trazer o gás natural para a região e com a parceria do governo então a gente vai apresentar nossa demanda, em nossa câmara setorial a gente conta com diversos setores que fazem parte de conselhos, tem a Univasf, a Secretaria da fazenda, Agência Nacional de Mineração e diversos órgãos e daí a participação da AD Diper. Já apresentamos essa proposta semana passada numa reunião com o secretário desenvolvimento econômico Geraldo Júlio e começamos a dar início essa conversa, agora vamos discutir a possibilidade de trazer o gás para cá que isso é muito importante, porque se a gente vai falar de tecnologia e inovação e a gente não pode continuar na época do 1.0 onde se se usa ainda a lenha e tem as dificuldades dos empresários na região para conseguir a matéria-prima, quem trabalha com a lenha, está indo buscar esse material no estado do Piauí, muitas empresas estão comprando na cidade de Regeneração no Piauí a 340 Km. Mas com o gás natural chegando no Araripe com apoio do governo de onde se pode tirar uma redução tributária no que se refere ao ICMS, pode tornar mais viável para os empresários e o grande trunfo é somatizar as empresas até alavancar a indústria 4.0, “, explicou.
O preço dos combustíveis pesa para os empresários, para as indústrias. O Sindugesso reconhece que a gasolina no estado está com preço altíssimo, e diz que precisa de uma união mais forte dos empresários de do setor do gesso, porque o mundo praticamente parou na tentativa de gastar menos combustível, o combustível começou a subir, no exato momento em que a economia tá voltando.
“Tem muito tempo que a gente enfrenta a resistência do polo gesseiro em identificar o concorrente e outros setores. Então há uma desunião muito grande do polo, é muito difícil, é até uma cultura aqui da região de cada um, então a gente procura justamente bater nessa tecla, sistema de inovação para atrair essas empresas, para que elas possam estar junto das entidades públicas, dessas entidades parceiras, que a gente tem, porque se a gente precisa trabalhar de forma cooperada, o resultado é bem diferente, a gente consegue muito, mas no momento ainda há essa dificuldade de organização desse grupo para junto a gente pleitear os nossos propósitos”, disse a presidente. Ouça a entrevista na íntegra: