Por Diego Lagedo
Até o momento, o cenário eleitoral para a eleição de governador de Pernambuco em 2022 segue extremamente nebuloso. Não só a oposição em Pernambuco apresenta diversos nomes que podem concorrer no ano que vem como a esquerda, que governa o estado, ainda deve definir quem será o seu candidato.
No campo governista, Geraldo Júlio (PSB) seria o candidato natural para disputar a sucessão de Paulo Câmara (PSB). Porém, os escândalos do Covidão do Recife jogaram seu nome na lama. Há quem diga, nos bastidores, que Geraldo ainda é o candidato oficial do PSB, mas que tirou seu nome para evitar as cobranças e pedidos que já estavam chegando na sua mesa. De toda forma, um número considerável de aliados do PSB não quer que Geraldo seja candidato no ano que vem, pois ele é considerado desatencioso com a sua base. Para esses, o nome ideal para disputar o Governo de Pernambuco seria o de José Neto, atual secretário da Casa Civil de Pernambuco, que tem a confiança de Paulo Câmara e é sobrinho de Joaquim Francisco.
Outro bloco que pode surgir é o do PT. No cenário em que o PSB não fecha apoio a Lula para governador, que é cada vez mais improvável, o PT teria os nomes de Marília Arraes e de Humberto Costa para disputar no próximo ano. Apesar de Marília ter uma base eleitoral mais forte que Humberto, este tem a vantagem de ser senador em meio de mandato, não perdendo nada com a disputa, e ser homem de confiança do PT em Pernambuco, coisa que Marília não é.
Já o campo da oposição mais tradicional de Pernambuco está dividido entre os nomes de Anderson Ferreira (PL), Miguel Coelho (MDB) e Raquel Lyra (PSDB). Em termos de estrutura, os três grupos são equivalentes. Porém, Raquel, apesar de ter uma base eleitoral forte em Caruaru, está ficando para trás na corrida, pois não está se movimentando. Além disso, é conhecida por ser desatenciosa com a classe política, o que afasta aliados. Já Anderson Ferreira tem a vantagem de comandar a segunda maior cidade de Pernambuco e de contar com um bom espaço junto ao Governo Federal. A situação do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, também é muito parecida, pois domina a região do Sertão com boa desenvoltura e seu pai é líder do Governo Bolsonaro no Senado. Nessa corrida, a tendência é que o bloco saia unido, pois a apresentação de múltiplas candidaturas seria inviável para vencer a eleição em 2022.
Por fim, a deputada Clarissa Tércio (PSC) está fazendo uma movimentação que indica a possibilidade de disputar o Governo de Pernambuco no próximo ano. Caso decida seguir esse caminho, o que ainda não foi oficialmente definido, Clarissa sairia com uma chapa puro sangue, provavelmente, com Gilson Machado Neto como candidato a senador.
A única certeza quanto à eleição para governador de Pernambuco em 2022 é que ela está totalmente indefinida. (Pernambuco em Pauta)