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Renan sabia de tudo?

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Foto: reprodução

Por Rodrigo Constantino / Jornal Gazeta do Povo

Que ninguém sério leva a sério essa CPI circense nós já sabemos. Mas na sexta-feira, aqueles que buscam desesperadamente qualquer coisa para atingir Bolsonaro, mesmo tendo de levar Renan Calheiros a sério para tanto, ficaram animados com o depoimento do fanfarrão Miranda, acusado de estelionato. O deputado implicou Ricardo Barros no suposto esquema da compra da vacina indiana, que nem ocorreu ainda.

O deputado Ricardo Barros não é flor que se cheire mesmo, pelo visto. Seu currículo não é dos melhores, digamos. A Gazeta do Povo publicou um breve resumo dos indícios de “malfeitos” do deputado, que foi figura-chave nos governos de FHC, Lula, Dilma e Temer. Vi tucano falando que “agora acabou” o governo Bolsonaro, lembrando da passagem de Ricardo Barros nos governos tucanos e petistas. Mas Bolsonaro estaria, segundo o próprio Miranda, incomodado com seu líder, já que ele é refém do centrão. E quem quer chuta-lo de lá quer colocar em seu lugar… tucanos ou petistas? Qual a lógica?

Mas voltando ao caso da vacina, Kim Paim, entre uma passada de pano e outra (literalmente, já que ele trabalha com limpeza na Austrália), fez o que nossos jornalistas investigativos não quiseram fazer: mergulhou nas reportagens da própria mídia para mostrar que Renan Calheiros sabia de tudo. O que Paim mostrou é que o irmão de Renan Calheiros foi o autor de uma MP para a compra da Covaxin mesmo sem registro da Anvisa. O senador Omar também, inclusive com Randolfe como relator no Senado. A pressão para liberar tanto a Covaxin como a Sputinik russa era enorme.

O companheiro de Maduro sentiu o golpe e escreveu que o problema não é a MP, mas a emenda do deputado Barros e o “superfaturamento”. Que superfaturamento seria esse com um preço tabelado para o mundo todo, e praticado por ao menos outros 13 países? Mas voltando a Renan, eis o que Paim expõe: Renan é amigo do dono da Precisa, o Max. Ele e Carlos Gabas tinham laços íntimos quando o Gabas era o chefão da PREVIC. O filho de Renan comprou junto ao Gabas no Consórcio Nordeste respiradores que nunca chegaram e o irmão fez MP para acelerar a Sputinik que o Gabas queria. Gabas, não por acaso, foi totalmente blindado na CPI pelo gabinete paralelo do lulismo.

Paim resumiu: “O maior plot twist da CPI. Sobre o ESCÂNDALO da COVAXIN – Renan sabia de TUDO – Omar e o IRMÃO do Renan foram autores de MPs p/ comprar a Covaxin – Randolfe foi RELATOR da MP e deu parecer FAVORÁVEL – A servidora recebeu cargo comissionado pela 1a vez no governo LULA. A casa caiu”. Vamos lembrar do termo usado pelo irmão do deputado Miranda: “pressão atípica”. Pois bem: Randolfe deixou explícito em seu relatório que era urgente aprovar a vacina e deu sete dias para a Anvisa resolver. Isso parece pressão atípica em cima de servidores do estado, não?

Diante dessas revelações, a hashtag RenanSabiadeTudo foi para o topo das tendências, com mais de 200 mil menções, enquanto o próprio nome de Kim Paim foi mencionado mais de 13 mil vezes. Um indivíduo na Austrália fez mais do que um exército de jornalistas para expor a hipocrisia da oposição, que na CPI circense tentou inverter tudo e encontrar provas de corrupção na compra de uma vacina que ela mesmo exigia com urgência. Como levar a CPI a sério? E como levar essa mídia a sério?

Sim, Ricardo Barros não é confiável, e tudo merece investigação. Mas quem acha que Renan, Omar e Randolfe são confiáveis não merece tampouco ser levado a sério. E não custa lembrar que querem derrubar Bolsonaro para colocar essa gente no comando.

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