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“Passaporte da vacina” quer criar outra classe de brasileiros

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A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que autoriza laboratórios veterinários brasileiros, que são muitos e competentes, a produzir vacinas contra a Covid-19. Hoje, os laboratórios veterinários já produzem vacinas contra coronavírus animal.

Mas isso significa que esses laboratórios têm know-how para fabricar vacinas contra a doença, porque já fazem isso, só que para o público animal. Para quem não sabe, os testes das maiorias dos imunizantes são feitos primeiro em animais de laboratório.

Os testes controlados em humanos só começam depois que é comprovada a eficácia nesses animais. Na fase seguinte, começam os testes em massa, que costumam ser demorados. O que não aconteceu dessa vez devido à urgência sanitária.

O texto já passou pelo Senado e todo o processo está sendo rápido. No entanto, o projeto irá voltar para os senadores porque houve uma mudança na Câmara.

Bolsonaro vai vetar “passaporte da vacina”
Passou pelo Senado, por 72 votos a zero, um projeto que prevê a criação do “passaporte da vacina”, para permitir que pessoas imunizadas contra a Covid-19 possam se hospedar em hotéis, fazer cruzeiros, ir a parques, viajar e etc.

Esse projeto separa os brasileiros em duas classes: os que foram vacinados e os que não foram. Eu tenho recebido muitas mensagens de protesto contra isso. Alguns que já tiveram a doença acreditam que não precisam se vacinar e outros não querem por causa de supostos efeitos colaterais.

Além disso, o Código Civil garante, no artigo 15º, que “ninguém pode ser constrangido a submeter-se com risco de vida a tratamento médico ou intervenção cirúrgica”. É uma questão de direitos e liberdades.

Se a Câmara mudar a redação do projeto, ele volta para o Senado. E, obviamente, se os deputados rejeitarem acabou. Mas, mesmo que as duas casas do Congresso aprovem o projeto, o presidente Jair Bolsonaro já disse que irá vetar porque não concorda com essa ideia.

PIB de 5%

A agência Fitch Rating, que classifica países conforme o risco de crédito, elevou a previsão de crescimento do PIB do Brasil em 2021 de 3,3% para 5%. Essa estimativa corrobora com as últimas previsões de economistas brasileiros, como o economista-chefe do BTG Pactual Mansueto Almeida e o IBGE.

As previsões de crescimento do PIB estão sendo revisadas. Afinal, a economia brasileira está em uma fase de euforia. Tanto que a produção de aço talvez não dê conta da demanda, porque ela tende a crescer 15% neste ano e a produção só tem condição para um aumento de 11%. O aço é uma das medidas da atividade industrial.

Olho no Plano Safra

Já a atividade do agronegócio continua bombando. Mas é preciso que o Ministério da Economia tenha uma boa solução para o Plano Safra, que precisa ser anunciado ainda neste mês para entrar em vigor no dia 1º de julho.

A necessidade de crédito do agro neste ano é de R$ 15 bilhões, são R$ 3,5 bilhões a mais que no ano passado. Além disso, é preciso se atentar às taxas de juros e aos subsídios, já que o agronegócio está sendo a locomotiva da economia brasileira.

Foi esse o setor que segurou o país e está permitindo que o setor industrial se reerga. O agro garantiu as contas externas, o crescimento e a segurança alimentar. Não ficamos em nenhum momento sem alimento.

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