Por Cidinha Medrado
O programa Debate Geral de sábado (12), na Rádio Arari FM, com Roberto Gonçalves, abordou um tema muito importante e que ainda gera dúvidas, sobre o combate ao trabalho infantil. A conversa teve a participação de Fábio Oliveira Presidente do Conselho Tutelar, da coordenadora de proteção social especial Francisca Barreto e a Psicóloga Apolônia Carvalho da Secretaria de Educação de Araripina. No Brasil, o trabalho é proibido para crianças e adolescentes até os 16 anos, mas existe uma exceção para jovens a partir dos 14 anos, que podem trabalhar como aprendizes, desde que as atividades sejam compatíveis com a idade e garantam a frequência escolar.
A dona de casa Maria das Mercês, contou participou para contar que criou seus seis filhos trabalhando, naquela época isto não era visto como exploração, pois também estudavam e se formaram, mesmo que, trabalhando em um período e estudando em outro, eles costumavam fazer atividades como vender picolé, engraxavam sapatos, faziam fretes com carrinho de mão levando feiras e também na roça ajudando o pai que é agricultor. Em sua opinião, os filhos poderiam continuar ajudando os pais, sem serem penalizados nos estudos. Sobre isso, a Francisca Barreto comentou, disse que era muito comum na região, mas a lei que proíbe o trabalho antes dos 16 anos ajudou a reduzir significativamente o trabalho infantil no sertão. “A dona Mercês é a favor, e tem uma ressalva, eles estudavam, mas, mesmo assim, é exploração. Eles não deixaram de estudar, mas será se tiveram algum rendimento na escola? Tem que fazer este tipo de avaliação. Como foram para a escola? Será que não chegavam cansados? Sonolentos? Porque o trabalho infantil deixa uma exaustão física na criança”, disse ela.
Crianças possuem visão periférica menor que a do adulto, ficando mais sujeitas a sofrer acidentes de trabalho, tem maior sensibilidade aos ruídos que os adultos, o que pode provocar perdas auditivas mais intensas e rápidas. Quando uma criança trabalha, deixa de brincar, estudar e aprender. Fábio Oliveira presidente do Conselho Tutelar comentou que as orientações à sociedade e ações através do CRAS e do CREAS facilitam o conhecimento das pessoas sobre os direitos das crianças. “Nós temos feito um trabalho de abordagem facial identificando essas famílias que trabalham na feira e levam seus filhos, não no caso em quem uma mãe leva o filho por que não tem onde deixar, porque também não pode deixar sozinha, a gente sabe que é um ambiente em que também está exposto aos riscos, mas, não é uma situação exata de trabalho infantil, queremos dizer que não é o nosso pensamento, o que a gente acha, mas a Lei que precisa ser cumprida, quando criaram a lei, fizeram pensando justamente em todas as situações, e é clara, é crime”, explicou ele.
O trabalho infantil pode provocar aspectos psicológicos, por causa dos abusos físicos e emocionais e podem levar uma criança a adoecer. Alguns problemas identificados são: fobia social, isolamento, perda de afetividade, baixa autoestima e depressão. A principal forma de combater o trabalho infantil é fazer valer os direitos das crianças e construir ações com apoios de empresas, sociedade civil e governos para a erradicação do trabalho infantil, afinal, a Infância é para sonhar construindo sonhos para o futuro! Ouça o programa na íntegra: