Euvaldo Alves de Souza (popular Alemão), é reconhecido na região como organizador de doações de cadeiras de rodas
Por Cidinha Medrado
As campanhas solidárias no Brasil são feitas a partir de um financiamento coletivo e dependem da maneira como são realizadas para garantir o objetivo, é preciso entendimento, paciência, segurança, agilidade, disponibilidade e um atendimento especial. O radialista Euvaldo Alves de Souza (popular Alemão), é reconhecido na região do Araripe por realizar estes tipos decampanhas. A AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) que é uma associação sem fins lucrativos, tem a responsabilidade de entregar as cadeiras com recursos públicos, porém é um processo demorado, burocrático, por isso, ascampanhas são em casos de extrema necessidade..
Uma das campanhas realizadas pelo radialista que chamaram a atenção neste ano foi à entrega de uma cadeira especial para o garoto Vitor Gabriel de 12 anos que mora em Serra do IPA, no interior de Araripina, o menino estava usando uma cadeira todas destruída pelo tempo de uso e sofrendo amarrado a uma tira de pano, já que a cadeira velha era antiga e não tinha cinto de segurança. Quando lançou na internet um vídeo da mãe do menino pedindo sua ajuda, ficou surpreso com a repercussã internacional, a doação foi imediata, feita por um casal de brasileiros que mora nos Estados Unidos.
Alemão comentou sua trajetória em uma entrevista ao Jornalista Roberto Gonçalves do programa Araripina Urgente da Arari FM, ele contou que sua primeira campanha aconteceu por acaso, foi muito proveitosa e desde então não parou mais, e afirmou ser feliz por seguir com este projeto.
“Me sinto muito feliz fazendo este tipo de ação, porque a nossa passagem aqui na terra é muito curta, tudo o que podemos deixar aqui é um nome para as pessoas possam lembrar, nossos filhos e netos, lembrarem. Algumas pessoas achavam que eu fazia isso por interesse político, aqui em Ouricuri, mas começou chegar a Trindade, Araripina, Granito, Moreilândia, serra do Inácio e vários lugares, até Petrolina, já mandamos cadeira”, disse ele.
Geralmente as cadeiras tem um preço alto e na maioria dos casos, são para pessoas de baixa-renda. Ele também comentou que trabalha na restauração das cadeiras usadas, que depois de reformadas são doadas para outras pessoas.
Alemão disse ainda que não tem interesse em cargos políticos através de seu trabalho solidário e nem pretende fazer alianças neste sentido e já foi sondado por alguns.
“Certa vez, um assessor de um deputado me ligou dizendo que ele ia comprar a cadeira para eu doar em seu nome, eu disse: – Não vou fazer! Eu já fui candidato a vereador aqui e nunca fui à casa de ninguém que levei uma cadeira para falar em voto, agradeci a ele, mas não vou fazer esse tipo de coisa, ir à casa de uma pessoa sofrendo, um cadeirante e dizer esta cadeira foi o deputado que mandou e depois fazer uma filmagem pra ele postar nas redes sociais, nunca fiz e nem vou fazer. As pessoas até perguntam quem me ajuda, mas quem me ajuda é Deus, aparece as vezes alguém que tá ouvindo meu programa ou que ver a gente nos Instagram, divulga nossos vídeos”, disse ele.
O projeto foi convidado pela Rede Record, mas Alemão não deu nenhuma resposta, mesmo sem uma associação e sem apoios públicos, conseguiu atender mais de 50 famílias. Para ele é imprescindível que a cadeira seja adequada, adaptada e de um material de qualidade.
“Uma vez compraram uma cadeira e mandaram entregar lá em casa, era uma bem fininha, que a pessoa senta, na outra semana tá quebrada, dessas, eu nunca entreguei e nem entrego, porque não presta para as pessoas usarem diariamente, na zona rural ou no calçamento, e de todas, eu mesmo faço a revisão”, contou
Campanhas solidárias sempre aconteceram, atualmente pelas plataformas digitais é possível fazer vaquinhas, rifas e compartilhamentos em diversos perfis, multiplicando o acesso às informações, uma forma de potencializar a comunicação, alcançar valores suficientes e mobilizar pessoas até mesmo fora da sua rede de contatos. Ouça a entrevista na íntegra: