Ex-presidente se reuniu com Dilma Rousseff ainda na noite desta segunda-feira.
Agência O Globo
BRASÍLIA — O ex-presidente Lula foi convencido por aliados a vir a Brasília, mesmo depois da liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendendo sua nomeação como ministro da Casa Civil. O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), foi um dos que disse a Lula que ele precisava comandar pessoalmente as negociações para conter o processo de impeachment na Câmara.
— Ele precisa vir — disse Paulo Rocha.
O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PE), também conversou com Lula nos últimos dias.
Lula deve se reunir com a presidente Dilma Rousseff ainda na noite desta segunda-feira. Também está prevista uma reunião dos parlamentares com o ex-presidente.
Aliados contam que, embora o ex-presidente esteja com sua nomeação para ministro da Casa Civil em suspenso, não conseguirá fazer toda a articulação pró-governo em São Paulo porque, após os vazamentos de suas conversas, ninguém mais quer falar ao telefone com o petista.
Além de Lula, Jaques Wagner (chefe de gabinete de Dilma), Berzoini (ministro da Secretaria de Governo), líderes aliados e ministros do PMDB foram chamados para ajudar o governo na tarefa de conquistar votos na Comissão de Impeachment e no plenário.
— Temos a expectativa de que o PMDB permaneça no governo — disse Humberto Costa.
Na reunião de coordenação política desta segunda-feira, ficou decidido que o governo vai montar uma força-tarefa para ganhar todos os votos necessários para rejeitar o processo de impeachment na Câmara. Na reunião, foi feita uma avaliação de que ela perdeu a margem de votos que tinha antes do acirramento da crise política, a partir da divulgação da delação do ex-líder do governo Delcídio Amaral.