Por Cidinha Medrado
A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva, em especial, numa área conhecida como substância negra que é responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos.
A principal dúvida em relação a esta doença é sobre os tremores: será que todo tremor é sinal de Mal de Parkinson? Quem esclareceu a dúvida foi a Drª Laís Cordeiro, Neurologista, ela explicou no programa Araripina Urgente da Arari FM que nem sempre os tremores em uma pessoa é a doença, não é um sintoma obrigatório, mas, um dos principais sinais.
“Não é um sintoma obrigatório para que se faça o diagnóstico dessa doença, até 30% dos pacientes nem apresentam tremor, além disso, pode não ser o primeiro sintoma. Existem várias outras causas para tremores, mas ao apresentar este sintoma, a pessoa deve procurar o especialista que é o Neurologista para investigar e fazer um diagnóstico correto e mais precocemente preciso”, explicou a Neurologista.
Segundo Drª Laís, além dos tremores, os sintomas de Parkinson podem ser divididos em motores, mais relacionados com a dificuldade de movimentação do paciente com Parkinson e não motores que englobam várias alterações possíveis da doença. Motores podem ser o tremor e a lentidão que é o principal sintoma.
“Essa lentidão se expressa, na lentidão dos movimentos corporais, no caminhar, ele vai tendendo a dar passos mais curtos, na diminuição da expressão facial, ao poucos ele vai diminuindo e também o volume da voz que vai ficando mais baixinha, e também a rigidez, que é uma resistência à movimentação dos membros, que justifica a postura mais curvada para frente e a instabilidade postural, que é o desequilíbrio para andar ou mudar de posição dessa caminhada”, explicou a médica.
De acordo com Laís quase todos os pacientes de Parkinson apresentam sintomas não motores também, como distúrbio do sono, ansiedade, depressão e alucinação.
“Alguns deles, podem surgir vários anos antes dos sintomas motores, como é o caso da diminuição ou perda total do olfato, da constipação (intestino preso), insônia, pesadelos, sono agitado e outros sintomas que podem auxiliar nessa doença é a depressão, ansiedade, excesso de salivação na boca, engasgos e dificuldades para engolir a comida”, comentou Laís Cordeiro.
Sobre os tratamentos, a Neurologista avisou que seria primordial iniciar o tratamento em uma fase mais precoce, estes pacientes tem chances maiores de se manterem ativos e independentes mais tempo do que os pacientes que iniciam o tratamento em uma fase mais avançada onde muitas vezes já existem complicações irreversíveis.
“Hoje temos várias medicações que podem auxiliar na melhora dos sintomas da doença, mas esses tratamento medicamentoso deve ser iniciado junto com outras terapias como no caso da fisioterapia, acompanhamento com fonoaudiólogo, uma rotina de exercícios com o educador físico, com a terapeuta ocupacional, psicólogo e às vezes com o nutricionista. É um tratamento que deve ser feito por uma equipe multiprofissional”, falou.
A médica também explicou que é essencial a participação da família e a prática dos exercícios físicos, um paciente assim, terá chances de viver mais tempo independente. Ouça na íntegra: