O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o voto impresso, durante sua tradicional transmissão nas redes sociais, nesta 5ª feira (6.mai). Bolsonaro afirmou que “se o Parlamento brasileiro, por maioria qualificada — em 3/5 na Câmara e no Senado –, aprovar e promulgar, vai ter voto impresso em 2022 e ponto final”.
“Se não tiver voto impresso, sinal que não vai ter eleição. Acho que o recado tá dado”, acrescentou o presidente.
A declaração de Bolsonaro veio em resposta a uma fala do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Em entevista, Barroso disse que, se aprovado, o voto impresso criará “caos” e “judicialização” do resultado das eleições.
“É sempre legítimo o debate no Congresso. Mas a volta ao voto de papel traz o risco de judicialização do resultado das eleições, afetando um sistema que funciona bem há 25 anos”, escreveu o magistrado nas redes sociais.
Bolsonaro criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que ele é “o dono do mundo” e “o homem da verdade absoluta”. “Não pode ser contestado. Eu tô preocupado se Jesus Cristo baixar aqui na Terra, ele vai ser ‘boy’ do ministro Barroso”, disparou o presidente.
O chefe do Executivo ainda retornou à afirmação de que o Brasil é único país a utilizar a urna eletrônica. Tal informação foi desmentida pelo Projeto Comprova — do qual o SBT faz parte –, que esclareceu que 46 nações utilizam votação eletrônica em algum tipo de eleição.
“Ninguém aceita mais esse voto que tá aí. Como é que vai falar que o voto é preciso, é legal, é justo e não é fraudado? A única republiqueta do mundo — eu acho que talvez a única — é a nossa que aceita essa porcaria desse voto eletrônico. Isso tem que ser mudado”, arrematou Bolsonaro.