No mesmo documento, o delegado da PF contesta a narrativa dos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que fizeram uso informal das mensagens roubadas
O relatório da Polícia Federal que concluiu não ser possível confirmar a autenticidade das mensagens hackeadas da extinta força-tarefa da Lava Jato de Curitiba mina a estratégia dos detratores da operação em usar o material roubado por hackers em investigações contra os procuradores do Paraná ou até como provas para anular condenações.
No documento, o delegado Felipe Leal, chefe do Serviço de Inquéritos da PF em Brasília, afirma que “não se presume”, com base nos laudos feitos pelos peritos federais, a autenticidade e integridade dos diálogos apreendidos pela Operação Spoofing, e que há “indícios de que o invasor agiu com o dolo específico não apenas de obter como também de adulterar os dados”.
No mesmo documento, o delegado da PF vai além, e expõe um argumento que contesta a narrativa apresentada pelos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que já fizeram uso informal das mensagens hackeadas no julgamento que declarou o ex-juiz Sergio Moro parcial para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, na Segunda Turma do Supremo. Tanto Gilmar, mas principalmente Lewandowski, afirmaram nas sessões de julgamento sobre a parcialidade de Moro que as mensagens tinham sido periciadas pela Polícia Federal, o que afastaria qualquer possibilidade de adulteração dos diálogos pelos hackers.
Para o delegado da PF, contudo, “o atesto da cadeia de obtenção da prova da invasão não significa confirmar autenticidade e integridade do teor das conversas obtidas”. Com informações do O Antagonista.