Esta é considerada pelo governo a primeira denúncia que afeta diretamente a presidente Dilma.
Agência O Globo
BRASÍLIA – A delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) caiu como uma bomba no Palácio do Planalto nesta quinta-feira. Desde cedo, a presidente Dilma Rousseff convocou os ministros e assessores mais próximos para avaliar a extensão dos danos.
Mais do que a habitual indignação que demonstra quando se sente atingida de forma que considera “injusta”, Dilma e os auxiliares mais próximos se mostravam “anestesiados”, nas palavras de um participante da reunião.
Esta é considerada pelo governo a primeira bala que afeta diretamente Dilma, atirada por um aliado de primeira hora e que tinha trânsito livre no Planalto e no Palácio do Alvorada, residência oficial.
— Mesmo que tudo isso seja calúnia, o volume é tanto que não dá tempo de fazer defesa, de contestar as informações, de se opor a tudo isso. É um sentimento de atordoamento que todos estão sentindo — afirmou.
Este auxiliar considerou de “danosa” a delação, porque será mais um elemento a impedir que o governo reaja política e economicamente, já que será improvável o avanço de propostas neste sentido na Congresso.
A delação de Delcídio, para o Planalto, coloca mais combustível no pedido de impeachment, que parecia adormecido e até mesmo contornado.
Em entrevista coletiva, oex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo afirmou que o senador Delcídio “mentiu muito” para evitar a delação premiada de Nestor Cerveró e que mente agora como “retaliação” ao governo, por ter sido preso na Lava-Jato.
– Delcídio mentiu com muito vigor para evitar a delação do Cerveró e que mente agora se realmente existe esta delação – disse ele.