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Aliado de Bolsonaro, Rodrigo Pacheco é eleito presidente do Senado

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Foto: divulgação

Senado Federal escolheu nesta segunda-feira, 1º, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como o novo presidente da Casa. Pacheco disputou a cadeira com Simone Tebet (MDB-MS), e venceu a senadora 57 votos a 21. Pacheco, escolhido por Davi Alcolumbre (DEM-AP) para sucedê-lo, contou com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e uniu, em seu arco de alianças, siglas do Centrão, como o Progressistas, e da oposição, como o PT. Ele teve o apoio formal de dez partidos: PSD, PP, PT, PDT, PROS, PL, Republicanos, Rede e PSC, além do próprio DEM. Em seu discurso antes da votação, Pacheco afirmou, apesar do apoio do chefe do Executivo, que seu mandato será independente. “Não haverá nenhum tipo de influência externa capaz de influenciar a vontade livre e autônoma dos senadores”, disse. “Asseguro com toda a força do meu ser o meu propósito de independência em relação aos demais Poderes”.

Rodrigo Pacheco tem 44 anos, nasceu em Porto Velho (RO), se mudou para Minas Gerais ainda criança e se formou em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Iniciou sua carreira política como deputado federal do MDB em 2014. Em 2016, Pacheco votou favoravelmente ao impeachment da ex-presidente Dilma. No ano seguinte, se tornou presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. Na presidência da CCJ, se absteve das votações contra o ex-presidente Michel Temer (MDB) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da justiça. Em 2018, deixou o MDB e se filiou ao Democratas para disputar o governo de Minas Gerais. Sua candidatura, no entanto, não seguiu em frente. Pacheco, então, se candidatou como senador. Na casa, ele votou contra o Decreto das Armas do governo Bolsonaro. Atualmente, é líder do DEM no Senado.

Em discurso, Pacheco classificou a eleição para presidente como a “mais alta incumbência que já me foi confiada” e citou humildade, senso de responsabilidade e comprometimento com os valores democráticos como uma missão dele nos próximos anos. Ele retomou a fala do senador Davi Alcolumbre sobre não haver mais divisões na casa e cumprimentou Simone Tebet (MDB), concorrente dele ao cargo. “O Senado volta a se unir no afã de desempenhar fielmente o mandato conferido a todos nós. Somente assim podemos caminhar em busca do que realmente precisamos neste momento: criar uma sociedade justa e livre, desprovida de preconceitos e discriminações de quaisquer naturezas. Atuar com vistas no trinômio ‘saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico’ com objetivo de preservar vidas humanas, socorrer os mais vulneráveis e gerar emprego e renda aos brasileiros”, afirmou. Ele considerou a pandemia de Covid-19 como “avassaladora e trágica” e lembrou do senador Arolde de Oliveira, que morreu após contrair a doença em outubro de 2020, e prestou solidariedade às famílias das vítimas e aos profissionais da saúde.

O novo presidente se comprometeu em submeter ao crivo do parlamento as reformas, e as “ações necessárias e imprescindíveis para o desenvolvimento do país”, respeitando as leis e a Constituição, assim como a independência do Senado. “Adianto que por mais que me empenhe pessoalmente, os objetivos aos quais me comprometi só serão alcançados se puder contar com o apoio de vossas excelências, meus colegas, que fazem o senado da república e me colocaram nessa cadeira”, afirmou. Ele citou a necessidade de soluções modernizadoras para a indústria, agronegócio e para o setor de serviços com uma infraestrutura nacional abrangente e adequada. “Temos que pensar nos mais diferentes nichos de atividades de forma inclusiva para todos os trabalhadores brasileiros. É função do Senado olhar para o cenário nacional e oferecer propostas para a geração de empregos, para viabilizar o empreendedorismo, para a preservação sustentável do meio ambiente”, pontuou. Além do emprego, o senador falou da importância de enfrentar crimes contra à administração pública, do combate à corrupção e ao crime organizado.

Com discurso de união, Pacheco disse que traria auxílio ao judiciário e ao ministério público e dedicaria vigor ao poder executivo, exigindo “respeito aos compromissos assumidos e a independência desse poder legislativo”. “Nesta presidência, garanto aos senhores e senhoras que trabalharei sempre para que as diversas proposições sejam amplamente tratadas, discutidas, aprimoradas quando o caso, e que ao final seja assegurada a vontade da maioria”, disse. Além de agradecer aos colegas de estado Antônio Anastasia e Carlos Viana, o novo presidente agradeceu a Davi Alcolumbre, de quem receberá o cargo, afirmando que ele “representa fielmente a jovem geração de políticos brasileiros” e “orgulha a república” pela lealdade com os compromissos que assume e pela humildade sem limites. “Trabalharemos muito porque o Brasil tem pressa. Muitas decisões importantes se avizinham. A votação de reformas que dividem opiniões, como a reforma tributária e a reforma administrativa, deverão ser votadas com urgência, mas sem atropelo”, afirmou. Por fim, o novo presidente da casa rogou a proteção de Deus para tomar decisões no plenário. “Que sua infinita sabedoria e misericórdia oriente-nos para que possamos com Justiça ajudar a construir o futuro dessa nação”, pontuou. O ano legislativo do Senado deve ser aberto na próxima quarta, 3.

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