Por Magno Martins
Winston Churchill, estadista britânico, famoso por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial, dizia que todo Governo que ousava fazer tudo, acabava não fazendo nada. Na campanha para prefeito do Recife, o não estadista João Campos prometeu o impossível e não cumpre sequer a palavra política empenhada.
Entre um discurso e outro, em meio a uma pancadaria sem igual, afirmou que em hipótese alguma o PT ocuparia espaço em seu Governo. Faltando apenas 10 dias para fechar o primeiro mês de gestão se rendeu às pressões de um PT que, supostamente, estaria abandonando a aliança, e nomeou um militante raiz da legenda, o ex-vereador Marcelo Santa Cruz, de Olinda, para a gerência de Articulação em Direitos Humanos na pasta tocada por Ana Rita Suassuna.
Na outra ponta, o governador Paulo Câmara, que já deu um chute no traseiro do ainda secretário de Agricultura, Dílson Peixoto, da tropa de choque do senador Humberto Costa, fez um agrado, certamente a pedido de João, e nomeou uma filha do próprio Dílson na secretaria de Desenvolvimento Social, sob o comando o disciplinado e tarefeiro Sileno Guedes.
Político em geral, com raras exceções, não tem palavra, ouvi muito do meu pai Gastão Cerquinha, ex-vice-prefeito de Afogados da Ingazeira, quatro mandatos de vereador. Governo, como disse certa vez José Sarney, o ex-presidente que escreveu Maribondos de fogo, é como violino: toma-se com a esquerda e toca-se com a direita. No caso de João é o inverso: montou uma ampla aliança de direita e dá sinais de que seu violino só afina com a esquerda.
A opção do prefeito para governar com o PT, banido de todas as capitais brasileiras nas eleições passadas e de praticamente grande parte de colégios acima de 200 mil eleitores, é uma afronta ao Recife. Até porque o PT se aplica muito bem ao estereótipo cravado numa frase de Paulo Maluf: “Se você tiver uma fazenda e na hora da colheita tiver que optar entre um administrador petista e uma nuvem de gafanhoto, fique com os gafanhotos”.