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Governo Bolsonaro deve lançar novo Bolsa Família até o fim de janeiro

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Foto: reprodução

Com o fim do auxílio emergencial e sem perspectiva de manutenção do benefício, o governo trabalha com a criação de novos programas de transferência de renda para os brasileiros. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou nesta segunda-feira, 18, em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, que o novo Bolsa Família e a proposta de micro crédito digital produtivo, desenhada para os 26 milhões de invisíveis que não constavam em cadastros anteriores, devem ser lançados até o final de janeiro. Segundo ele, a pasta só aguarda uma autorização de Jair Bolsonaro. “O presidente deve autorizar que a gente apresente um novo Bolsa. Vai ser o Bolsa Família mesmo, não tem porque mudar, é o programa que as pessoas estão acostumadas”, esclareceu Lorenzoni. De acordo com ele, o novo programa deve ter ticket mínimo superior a R$ 200 e buscar uma emancipação das famílias. “Vamos dar garantia para as famílias. Se a pessoa se empregou e perdeu o emprego por algum motivo, pode voltar para o programa, sem entrar na fila”, explicou. O ministro foi sabatinado pelo apresentador Augusto Nunes, pela editora da “Revista Oeste”, Paula Leal, pelo repórter de política do portal JOTA, Érico Oyama, pelo cientista político e colunista da “Veja”, Alberto Carlos Almeida, e por Vitor Brown, repórter e apresentador da Jovem Pan.

No final de 2020, o governo cogitou a criação de um programa para substituir o Bolsa Família, o Renda Cidadã, que originalmente seria chamada de Renda Brasil. O projeto, no entanto, teve diversas idas e vindas, chegando ao ponto de Bolsonaro ameaçar demitir quem tocasse no assunto. De acordo com Onyx, agora a ideia é trabalhar com três eixos. Além do novo Bolsa e do programa de micro crédito, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, está trabalhando em um projeto de estímulo a empregabilidade. “Achamos que com esses e mais um programa de estímulo a empregabilidade, que Guedes está trabalhando… Esses três eixos, um Bolsa Família que corrija as distorções e que trabalhe pela empregabilidade e pela promoção pelas pessoas… A gente acresce o micro crédito produtivo, que vai permitir, por exemplo, que uma pessoa possa buscar até R$ 1 mil, comprar uma máquina, repor o seu estoque, para retomar sua atividade econômica… E, por fim, um programa que vai estimular a empregabilidade de maneira mais ampla no Brasil”, explicou. Segundo Onyx, os recursos virão do próprio orçamento da pasta para 2021. “Fizemos caber o novo Bolsa dentro dos R$ 35 bilhões que o orçamento nos reserva para 2021. Nós fizemos tudo que podíamos em 2020, não pedimos um centavo a mais em nenhum programa do Ministério da Cidadania. É um aprofundamento fiscal que não tem espaço para inventar, tem espaço para ser criativo e fazer um programa diferente, mais direcionado”, pontuou.

Apoiador do presidente desde o começo da campanha que o levou ao Planalto, Onyx foi anunciado no cargo antes mesmo de o capitão reformado derrotar o PT no segundo turno. Em fevereiro de 2020, deu lugar a Walter Braga Netto e assumiu o Ministério da Cidadania, onde está até hoje. Após o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ter sido demitido por Bolsonaro em dezembro, houve rumores de que Onyx também sairia do cargo para ceder o posto ao Centrão — conjunto de partidos com o qual o presidente busca uma aproximação. No entanto, o ministro alega que isso “não passa de fofocas” e que sua lealdade a Bolsonaro “é firme de forte”. “Minha lealdade é um valor absoluto e não me afasto dela, e minha lealdade ao Bolsonaro é firme e forte”, afirmou. Segundo o ministro, suas relações no Parlamento e as “leituras políticas dos inimigos” querem tirar ele de perto do presidente, mas “não vão conseguir”. “Temos uma relação de muita lealdade, eu sei que posso confiar nele e ele em mim. Estou tranquilo, não me preocupo com isso não. Não damos muita bola para a fofoca da mídia, querem jogar um contra o outro, mas temos um propósito de melhorar o país”, destacou.

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