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De olho na esquerda e em 2022, Rodrigo Maia endurece o discurso contra Bolsonaro

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Foto: reprodução

Ao subir o tom contra a gestão do presidente Jair Bolsonaro durante o final de semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mais conhecido como Botafogo na planilha de propina da Odebrecht na época do governo petista quando o Brasil estava sendo saqueado, mira dois grandes objetivos: faz um aceno público à esquerda, para manter o apoio principalmente do PT em favor da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pelo comando da Casa e, de quebra, busca se colocar como antagonista de Bolsonaro rumo à disputa presidencial de 2022.

Durante o final de semana, Maia responsabilizou o presidente da República pelas 200 mil mortes pela Covid-19 no Brasil e chamou Bolsonaro de covarde ao reproduzir uma nota da revista Veja. Na reportagem, a revista afirmava que o presidente culpou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por sua perda de popularidade a atrasos na entrega da vacina contra o novo conoravírus. O presidente, por sua vez, negou qualquer tipo de desentendimento entre ele e Pazuello.

“Todos estamos cansados disso, desse negacionismo e dessa irresponsabilidade. Está na hora de uma reação forte de todos nós, brasileiros, contra a irresponsabilidade do governo”, disse Maia em entrevista no final de semana para a Folha de S. Paulo.

Três aliados diretos de Rodrigo Maia admitiram, em caráter reservado à Gazeta do Povo, que o presidente da Câmara foi obrigado a fazer um aceno para a esquerda durante o final de semana com receio de perder o apoio de partidos como o PT.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tem criticado Baleia Rossi, candidato de Maia, pelo fato de ele não prometer levar a diante qualquer um dos pedidos de impeachment que estão na gaveta do presidente da Câmara. Setores do PT entendem que Rossi deveria se comprometer em dar seguimento a pelo menos uma das aproximadamente 60 denúncias registradas contra o presidente da República na Câmara.

O líder do MDB, porém, resiste à ideia. Ele tem afirmado nos bastidores que vai analisar todos os pedidos. Isso pode resultar no seguimento ou engavetamento dos requerimentos.

Ao fazer ataques diretos a Bolsonaro, conforme avaliam seus aliados, Maia busca demonstrar a setores mais radicais da esquerda que ele está comprometido na luta contra eventuais “excessos democráticos” defendidos por alas do bolsonarismo. Assim, busca manter votos de deputados do PT, PCdoB, PSB e PDT em favor de Baleia Rossi.

Um outro movimento realizado por Maia durante o final de semana em favor da candidatura de Baleia Rossi foi intensificação dos ataques contra o adversário do líder do MDB, o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão e candidato de Bolsonaro na disputa pelo comando da Casa.

Maia disse que Lira “usa das mesmas práticas do seu chefe [Bolsonaro]” e classificou o líder do PP como “Bolsolira”, em referência à forma pejorativa como ex-aliados tem classificado a base de apoio de Bolsonaro – Bolsolula (combinação entre Bolsonaro e Lula). Maia também esvaziou o poder de Lira na Câmara ao exonerar funcionários da Casa indicados pelo líder do Centrão.

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