Pasta comandada por Guedes afirmou que o anúncio reforça a necessidade de ‘avançar nas reformas estruturais’
O Ministério da Economia lamentou a decisão da Ford de fechar todas as fábricas no Brasil até o final do ano nesta. Segundo o comunicado da empresa, divulgado nesta segunda-feira, 11, haverá o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE). No país, serão mantidas apenas as operações do Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí, no interior de São Paulo, além da sede regional localizada na capital. Em nota, a pasta comandada por Paulo Guedes afirmou que a decisão “destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país, muitos já registrando resultados superiores ao período pré-crise”.
Ainda segundo a Ford, as atividades do Brasil serão absorvidas pelas fábricas da companhia no Uruguai e na Argentina – as atividades nas fábricas da Bahia e São Paulo serão fechadas imediatamente, “mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda”, enquanto as operações da montadora no Ceará e estenderão até o último trimestre deste ano. “O ministério trabalha intensamente na redução do Custo Brasil com iniciativas que já promoveram avanços importantes. Isto reforça a necessidade de rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e de avançar nas reformas estruturais”, completa a nota do Ministério da Economia. A montadora norte-americana já havia encerrado a produção de caminhões na unidade que mantinha em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em 2019.
Reação
Após o anúncio do encerramento da produção no Brasil, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nas redes sociais que “no Estado de SP, serão mantidos 700 trabalhadores em atividades no município de Tatuí e na Capital” – sem detalhar como a manutenção dessas vagas será feita. O Sindica dos Metalúrgicos convocou reunião para a noite desta segunda. No Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também comentou a decisão da Ford. Para ele, o fechamento das fábricas é “uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional” – ele também defendeu a “modernização do Estado” e a “garantia da segurança jurídica para o capital privado no Brasil”.