A deputada estadual Teresa Leitão (PT) voltou a defender, nesta segunda-feira (21), o rompimento do PT com o governo Paulo Câmara. A parlamentar, integrante da ala petista crítica ao PSB, se disse “envergonhada” pela manutenção de cargos dos petistas no Governo de Pernambuco mesmo quase um mês após a disputa pela prefeitura do Recife.
Para Teresa Leitão, o PSB, de João Campos, que estimulou o antipetismo no 2º turno da eleição do Recife, e o de Paulo Câmara, “é o mesmo”. Na capital, a candidata do PT foi a deputada federal Marília Arraes.
“Como se pode dizer que o município é uma coisa e o estado é outra? É a mesma tigela, João Campos está montando o secretariado em comum acordo com Paulo Câmara. Se fosse uma coisa pessoal que ficasse e acabasse, dava para superar, mas foi o partido (PT) que foi atingido”, disse Teresa.
A deputada estadual ainda fez cobranças ao presidente do PT de Pernambuco, o também deputado estadual Doriel Barros, sobre a condução do processo.
“Como é que um presidente que não defende o partido com unhas e dentes? Ele fez uma nota boa durante a campanha (repudiando a conduta do PSB) e tem que dar prosseguimento a isso, já estamos no final do ano. O aviso foi dado pelo prefeito eleito durante a própria campanha, jogou na própria cara. Disse que a gente não presta. Mas, se quiserem ficar no governo do Estado, fiquem, mas saiam do partido”, disse Teresa ao relembrar afirmações de João Campos contrárias do PT.
“O PT não pertence a esse grupo que está no governo, o PT pertence a todos os filiados, eu mesmo estou envergonhada. Todo mundo se sentiu atacado pelos ataques de João Campos porque foi injusto. PSB pode falar de corrupção de quem?”, finalizou Teresa à reportagem do blog.
Reunião nesta segunda, mas sem discussão da aliança
O PT de Pernambuco se reúne, nesta segunda-feira (14), para finalizar o debate sobre o desempenho do partido, mas não está na pauta do encontro a discussão sobre a aliança com o PSB no plano estadual após a disputa tensa no segundo turno do Recife entre João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT).
Na segunda-feira passada (14), foi feita uma reunião para leitura geral do quadro após as eleições para prefeito e vereador. Havia a expectativa de que a aliança com Paulo Câmara fosse debatida, o que não aconteceu.
A reunião desta segunda-feira vai finalizar o eixo orientador do partido sobre as eleições municipais.
Posteriormente, é que será feita a reunião do Diretório Estadual do PT para debater, entre outros temas, a manutenção ou não dos cargos ocupados no governo de Paulo Câmara (PSB).
“A reunião dessa segunda vai discutir alianças feitas, candidaturas próprias, como se deu a campanha, questões que vão orientar um debate nosso, com base na ultima reunião, foram levantados vários questionamentos”, disse Doriel Barros, presidente estadual do PT.
Ala crítica vê tentativa de postergar debate
Ainda na semana passada, integrantes da ala petista crítica ao PSB, que defende a entrega e cargos e o rompimento com Paulo Câmara, avaliaram, sob reserva, que Doriel Barros e aliados estão “empurrando com a barriga como podem” a deliberação do assunto, o que o presidente estadual do PT nega.
“Não procede, a gente está fazendo os procedimentos necessários”, diz Doriel Barros.
Na pré-campanha, os diretórios do PT no Recife e em Pernambuco defenderam aliança com o PSB, de João Campos, na eleição do Recife. Entre os membros com essa posição, estavam o senador Humberto Costa e o deputado estadual Doriel Barros. No entanto, a candidatura de Marília Arraes foi uma determinação da direção nacional do PT.
Parlamentares da legenda, como o senador Humberto Costa, os deputados federais Carlos Veras e Marília Arraes e os estaduais Doriel Barros, Dulcicleide Amorim e Teresa Leitão, foram convidados para participar do encontro da segunda-feira passada, que foi virtual em razão da pandemia do coronavírus, mas não compareceram.
No estado, o PT elegeu 5 prefeitos, dois a menos que em 2016, e 76 vereadores, 13 a mais que as eleições de quatro anos atrás. (Blog do Jamildo)