A acerola verde, cuja tonelada concentrada a 17% de brix, serve de base nas indústrias de nutracêuticos, que aproveitam a Vitamina C natural da fruta como base para medicamentos, suplementos e cosméticos.
Do JC Online
A antiga Fazenda Timbaúba virou exemplo do potencial do agronegócio do Vale do São Francisco. Espalhada por 2.100 hectares, tem atualmente 1.000 deles ocupados por uva, manga e coco. Ela pertence ao Grupo Queiroz Galvão, que desenhou uma empresa de produção de frutas focada na exportação, destinando à Europa, Japão e Estados Unidos. O grupo investiu pesado no empreendimento e chegou a contatar 6.000 trabalhadores. Mas o câmbio defasado no governo Dilma quase inviabilizou o negócio e a fazenda virou uma agroindústria, passando a produzir concentrado de frutas para a indústria de sucos e até para a farmacêutica.
O nome oficial é Queiroz Galvão Alimentos S. A., mas, em Petrolina, ela ainda é chamada de Timbaúba pelos produtores. É apresentada como o que o Vale pode se transformar, no futuro, em termos de modelo de integração agricultura irrigada e indústria. Seu diretor, Sérgio Lima Cavalcanti, cuida de 125 hectares de manga Palmer e Kent, 460 ha de uvas Crimson e Summer Royal (mesa), Magna, Isabel, Violeta e Cora (suco), e 230 ha de coco, que já estão começando a produzir.
O negócio se expandiu para concentrado também de frutas como abacaxi, melão e goiaba, mas o seu produto de maior valor agregado é acerola verde, cuja tonelada concentrada a 17% de brix e serve de base nas indústrias de nutracêuticos, que aproveitam a Vitamina C natural da fruta como base para medicamentos, suplementos e cosméticos. Uma mercadoria tão especial que tudo que é produzido é vendido pela empresa no mercado nacional a US$ 16 mil a tonelada.
A QGA focou no concentrado de frutas e produz hoje para diversas empresas um total de 15.500 toneladas/ano entregues em tonéis de 200 litros. Mas nunca deixou de operar suas frutas no exterior. O Grupo Queiroz Galvão mantém, inclusive, unidade de recepção das frutas em Roterdã (Holanda) para vender sua manga, assim como a uvas sem sementes Suggar One (chamada de Festival pelos produtores). Em 2015, com o dólar a R$ 4, a empresa não tem do que se queixar do mercado externo.
Este ano, a QGA deve se consolidar como uma das maiores produtoras de sucos concentrados no Brasil e manter sua forte presença mercado externo no segmento de frutas. Para isso, ela investiu pesado em linhas de processamento de coco, acerola e demais frutas produzida no Vale.
Atualmente, a empresa abastece as principais marcas de suco pronto no País, mas deseja ter a sua. Na verdade, até já registrou pelos menos três nomes e se prepara para envasar a linha que hoje vende para seus clientes. Esse é um mercado que só tende a crescer, diz Sérgio Lima Cavalcanti.