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No mês das crianças, o Instituto de Olhos do Recife lembra a importância do diagnóstico precoce do câncer ocular na infância

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Se diagnosticado precocemente, o retinoblastoma tem quase 100% de chances de cura

Foto: reprodução

Em homenagem ao mês das crianças, o Instituto de Olhos do Recife (IOR) orienta sobre consultas e exames oftalmológicos indispensáveis para diagnosticar precocemente o câncer ocular infantil. Nessa etapa da vida, o retinoblastoma, tumor maligno que se origina nas células da retina, é o câncer intraocular mais comum. “Dentre as crianças com a doença, 75% desenvolvem o problema nos primeiros três anos de vida. Por isso, é essencial consultar o oftalmologista com regularidade para detectá-lo o mais cedo possível, aumentando assim a chance de cura e minimizando os danos à visão”, orienta a doutora Priscila Andrade, especialista em oftalmopediatria do IOR.

Em 10% dos casos, o retinoblastoma é hereditário. “Um bebê de pais que tiveram a doença tem 50% de chance de desenvolvê-la em um ou em ambos os olhos”, explica a médica. Apesar de o histórico familiar ser importante, 90% dos casos de retinoblastoma são esporádicos, não hereditários. Esse tipo de retinoblastoma geralmente surge em crianças acima de um ano de vida. Embora seja o câncer ocular infantil mais comum, ele ainda é raro e corresponde até 4%  de todas as neoplasias pediátricas. “Nos Estados Unidos, cerca de 400 crianças apresentam a doença, por ano. Já no Brasil não há ainda uma estatística bem definida, mas estima-se que sejam 300 novos casos anuais”, revela.

O sinal mais típico é a leucoria. “É um reflexo branco e opaco na pupila, popularmente conhecido como ‘olho de gato’, sendo facilmente notado sob luz artificial ou em fotos com flash”, esclarece a doutora Priscila. Acontece que esse sinal se manifesta quando o câncer já está mais avançado. Então, pais e cuidadores devem ficar atentos a outros indícios. “A criança pode  apresentar alguns sinais como sensibilidade à luz, redução da visão, estrabismo, dor no olho, globo ocular maior que o normal. Diante de qualquer anormalidade, deve-se procurar o oftalmologista o quanto antes”, aconselha.

TESTE DO OLHINHO – Após o nascimento, um dos primeiros exames que o bebê deve fazer é o teste do olhinho. Além de tumores, como o retinoblastoma, doenças como catarata e glaucoma podem ser identificadas nessa avaliação, em que o médico oftalmologista analisa o reflexo vermelho da retina e examina o fundo do olho. “Apesar de ser um exame de triagem de doenças nos recém-nascidos, o acompanhamento oftalmológico deve ser feito a cada seis meses, nos primeiros dois anos de vida, e depois anualmente, pois essa é a faixa etária mais acometida por esse tumor”, indica a oftalmopediatra.

O exame é indolor. O médico projeta uma luz nos olhos da criança com um aparelho específico. Quando se observa um reflexo vermelho, indica que o bebê não apresenta nenhum obstáculo a entrada de luz. “Se for realizado por um oftalmologista, é feito após a dilatação das pupilas, o que possibilita avaliar além do reflexo vermelho, outras estruturas intraoculares, como nervo óptico e retina”, comenta a doutora Priscila.

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