Representantes do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM) e da Organização e Luta dos Movimentos Populares de Pernambuco (OLMP) promovem, amanhã, às 10h, uma caminhada até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco. O objetivo é cobrar a construção de casas populares. “Vamos reivindicar os compromissos que foram assumidos pelo governo do Estado com as comunidades pobres e carentes”, dizem os organizadores.
A concentração ocorre na Câmara de Vereadores do Recife, no bairro de Santo Amaro, área central da cidade. No ato, o grupo promete respeitar os protocolos sanitários de combate à Covid-19, com o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), o déficit de moradias no Brasil cresceu mais de 7% entre 2007 a 2020, tendo atingido 9 milhões de unidades habitacionais. “Isso ocorre, sobretudo, pela inadequação da moradia – famílias que dividem a mesma casa, moram em cortiços, favelas – e pelo peso excessivo que o aluguel passou a ter no orçamento das famílias nos últimos anos”, aponta o levantamento.
A maior parte do déficit é formada por famílias que recebem até três salários mínimos por mês, mas a demanda por moradias também atinge consumidores de rendas intermediárias, que viram o mercado de trabalho ficar instável nos últimos anos e o crédito imobiliário mais escasso. Os principais componentes dessa inadequação habitacional referem-se à escassez de esgotamento sanitário que ainda atinge mais de 30 milhões de moradores das cidades, seguido do déficit de água canalizada por rede geral, com 13,8 milhões de pessoas.
Em Pernambuco, a situação também preocupa, com déficit em torno 400 mil moradias, enquanto no Recife chega a 150 mil casas populares.