Muita gente tem reclamado da morosidade do Lacen-PE (Laboratório Central de Pernambuco) para liberar exames da Covid-19 pelo método Swab (RT-PCR). Um exemplo dessa demora foi relatado pela técnica de enfermagem salgueirense Renata Alyne, em publicação no Facebook nesta terça-feira, 18.
Na postagem, ela expõe que apresentou alguns sintomas da doença, foi internada com 75% de comprometimento pulmonar, ficou curada esta semana e ainda aguarda que o Lacen-PE informe o resultado do seu exame. Só ficou sabendo que estava com o vírus por meio de um teste rápido, particular, feito no Pronto Socorro São Francisco, onde foi internada.
Confira o relato de Renata na íntegra:
“Eu fui vítima dessa doença que vem assolando o mundo. Foram dias tensos e angustiantes, entre sintomas e incertezas do que realmente eu tinha. Desde o mais leve, ao mais intenso sintoma, eu senti. A espera de um resultado atingiu minha ansiedade, e o pior, atingiu o meu pulmão. Em questão de dias, saí de 0% de comprometimento pulmonar para 75%. Vale ressaltar que fiz o teste pelo método Swab e até hoje (mesmo já curada), infelizmente, não recebi o resultado.
Desde o dia 31 [de julho], os sintomas começaram. Um simples arranhado na garganta que já me deixou de orelha em pé e assustada. No dia 4 de agosto, senti dores de cabeça e fui fazer o teste pelo método Swab. Desde então, já fui afastada do convívio social, do trabalho e da minha família. No dia 11 de agosto, com muito cansaço e falta de ar, recebi o apoio da minha família e Cecilia Siqueira para ir ao Pronto Socorro. Cheguei lá, fui direto para o oxigênio, e o médico já me informava que eu iria ao internamento.
Eu tinha realizado uma tomografia há três dias, meu pulmão estava “limpo” e não apresentava nenhum sinal do COVID 19, confirmando o que os médicos diziam “você não tem sinais de COVID”. No segundo dia de internamento, entramos em contato novamente para saber o resultado do teste. E nada…. Até que a médica decidiu investigar outras áreas, até mesmo o coração. E os exames continuavam normais… A única alternativa na hora seria fazer um teste rápido particular, já que o primeiro teste pelo método Swab não tinha saído, e a médica não queria mais perder tempo. 30 minutos depois… positivo.
Um turbilhão de sentimentos e pensamentos perpassavam pela minha cabeça e pelo meu coração. Nesse mesmo dia, os médicos começaram a agir, já que agora tinham certeza do diagnóstico. Uma nova tomografia foi feita, e para a surpresa dos médicos, o vírus já tinha acometido o meu pulmão.
As duas tomografias tinham diferenças de seis dias, mas as sequelas já eram grandes. 75% de comprometimento pulmonar que assustava e surpreendia os médicos. Aliás, eu só soube desse grave comprometimento já agora, quando fiquei recuperada. Os médicos preferiram preservar a minha saúde mental, que já estava bem abalada.
Daí então, iniciei o tratamento, com muitas medicações e fisioterapias respiratórias. E graças a Deus, hoje estou aqui para contar a minha história e experiência com o Covid-19. A minha intenção aqui não é expor minha vida ou algo do tipo, só quero alertar que o vírus está aqui, perto de nós. Ele existe! Por estar na linha de frente e estar mais vulnerável, fui acometida a esse vírus. E sim, todo cuidado é pouco.
Imploro, que todo cuidado seja redobrado. Não desejo a ninguém tudo o que passei. Foram dias assustadores e que de alguma forma me fizeram renascer.” (Blog do Alvinho Patriota)