Por Nill Junior
A lista entregue pelo TCE ao TRE embananou a discussão sobre a sucessão municipal em algumas cidades do Sertão do Pajeú.
A relação dos prefeitos e gestores públicos que tiveram contas julgadas irregulares pelo órgão, nos últimos oito anos é guia para fins de inelegibilidade. Os processos têm trânsito em julgado, ou seja, não cabe mais a possibilidade de recurso junto ao Tribunal.
Aí está o nó que pode atrapalhar projetos importantes na região. Não é correto dizer que a inelegibilidade deles é dada como prego batido e ponta virada, mas é comum que a maioria dos nomes não escape da impossibilidade de concorrer.
Há casos ainda em que a citação do TCE é apenas um dos nós a desatar.
Um dos casos é o de Carlos Evandro, do Avante de Serra Talhada. Tido como um dos que poderiam enfrentar em pé de igualdade Márcia Conrado, apoiada por Luciano Duque, do PT, Carlos aparece na lista pelas contas de 2007, processo 00850086-1, julgadas irregulares pela Câmara em 2016.
Em março, a ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça, já havia indeferido o recurso do ex-prefeito. Ele ingressou contra a decisão de instâncias inferiores que o julgou ficha suja por ter contas rejeitadas em sua gestão, o que configurou crime de improbidade administrativa.
Ainda acabe apelar ao Supremo, mas o tempo hábil é curto, sem certeza de reversão.
Com isso, a oposição terá que recorrer a um plano B: esposa de Carlos, o nome de Socorro Brito é cotado, mas improvável.
O empresário Marcus Godoy parece ser a bola da vez. Por fora, bem por fora, pela animosidade com Sebastião Oliveira, Victor Oliveira. Esse só seria candidato do grupo com uma mão do avô Inocêncio Oliveira. Deve seguir na terceira via.
Em Tabira, Dinca Brandino (MDB) voltou a aparecer na lista. Já não foi candidato há quatro anos pelo mesmo motivo. Agora surge de novo com uma trinca de processos (2009, 2010 e 2001).
Pelo volume de contas, muito difícil colocá-lo como candidato. Provavelmente, lança de novo a esposa Nicinha.
Alguns aliados até podem querer ocupar o vão, mas em vão. Dinca não confia a ninguém senão a esposa, sobre a qual entende ter comando. E essa é uma constatação e não uma declaração machista. É Dinca que pensa assim e não a Coluna.
Pela repercussão negativa e papel a que Nicinha, uma mulher honrada, mas sem nenhuma vocação para política se passou por imposição do marido, os governistas ligados a Flávio Marques estão comemorando. Por hora, Nelly Sampaio corre por fora.
Delson Lustosa (Santa Terezinha), Cida Oliveira (Solidão) e Joelson (Calumbi) estão no mesmo barco.
São ex-prefeitos, querem voltar e aparecem na lista de contas rejeitadas.
É como se em um jogo de futebol, já entrassem em campo com dois gols de desvantagem. Caso a inelegibilidade seja confirmada, terão que correr contra o tempo, recorrer a bons advogados, tentar reverter a desvantagem nos tribunais e se conseguirem, começar um novo jogo.
Não é fácil. Ainda enfrentarão Vaninho de Danda, Djalma Alves e Sandra da Farmácia com canetas nas mãos.
No caso de Afogados da Ingazeira, pouco efeito prático. A presença do nome de Totonho Valadares apenas servirá para justificar porque Daniel Valadares e não ele, será alçado à vice de Alessandro Palmeira.
Mas não vai faltar quem diga Totonho colocou todo aquele bloco na rua, envolvendo simpatizantes, colocando o boneco gigante na avenida e reunindo parte do empresariado sabendo do risco de que estaria travado.
Dos demais, alguns não merecem registro, pois nem estão entre nós, como Nemias Gonçalves e Fanão, falecidos. Já Eugênia Araújo é morta politicamente. O marido, Val, é que é candidato de novo em Betânia.
Outros não podem ser esquecidos: dos quatro anos de Luiz Carlos (PT) como prefeito de Custódia, teve três contas rejeitadas. Faltou uma pra ser tetra…