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De que lado Humberto fica?

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Foto: reprodução

A campanha sequer deu sinais de vida pelo engessamento pandemia, mas o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, atiçou o cão PT com vara curta, ontem, ao afirmar que o partido da estrela cadente nasceu com a pecha divisionista e se constituirá no vetor de separação das esquerdas as eleições de 2022 em razão do seu comportamento no pleito municipal deste ano.  Ele quis provocar a cúpula nacional, principalmente o ex-presidente Lula, fechados com a candidatura de Marília Arraes à prefeita do Recife.

“Entre o PT e o Brasil, o PT sempre ficou consigo mesmo, é o vetor da divisão na esquerda. Não estaremos com ele em lugar nenhum nestas eleições”, disse Siqueira. Tão logo leu a nota de Siqueira, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, rebateu pelas redes sociais: “Foi pensando no Brasil que o PT abriu mão de lançar Marília Arraes e apoiou o PSB ao Governo de Pernambuco em 2018. Mas parece que para o PSB a esquerda só pode se unir se apoiar o candidato deles à Prefeitura do Recife”.

Essa briga, que promete, está só começando. Por enquanto, são os dirigentes nacionais que trocam farpas. No plano estadual ou municipal, o que se assiste, hoje, é uma contenda surda, restrita aos corredores do poder nos Palácios Capibaribe e Campo das Princesas. Será interessante observar, a partir de agora, o comportamento do senador Humberto Costa, que detém um latifúndio de cargos nas estruturas de poder estadual e municipal.

Resta saber se acompanhará o raciocínio da sua presidente nacional ou dará uma de Diana, para não contrariar seus interesses. O senador, na verdade, sempre fez o jogo do PSB. Aliás, deve o seu mandato ao PSB. Não fosse a aliança PSB-PT, tenho dúvidas se Humberto se elegeria deputado federal. Foi salvo pelo congo e tem essa fatura a ser paga. Queria quitar levando o PT a apoiar João Campos, mas se deu mal. Saindo do plano municipal para o federal como deputada, Marília ganhou asas.

Está pré-candidata no Recife pelo peso da sua votação em 2018, a segunda mais votada da bancada federal, e por ter poder de fogo no plano nacional com mandato popular. Humberto, certamente, deve se posicionar do lado que dá sombra a ele e aos aliados: o poder local. Se perder as glebas ocupadas nas capitanias hereditárias do PSB não terá como abrigar tanta gente.

Sem ilusão – Com o cuidado de não ferir o presidente nacional do seu partido, o deputado Danilo Cabral disse que nunca alimentou esperanças de o PT integrar a aliança com o PSB no Recife em apoio ao deputado João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos. “Compreendo a preocupação de Siqueira, mas desde o início deste processo eu sabia que o PT não iria abrir mão de candidatura própria. No Recife, na verdade, PT e PSB só estiveram juntos na eleição de João da Costa, quando Eduardo Campos indicou Milton Coelho para vice. Nunca me iludi com o PT”, afirmou. As declarações de Danilo foram dadas ao Frente a Frente ao ser provocado sobre a afirmação do presidente Carlos Siqueira, de que o PT só atuava em função dos seus interesses e que está se comportando nas eleições deste ano como o vetor de divisão das esquerdas.

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