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Lockdown em Pernambuco? Um aviso, pelo menos!

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Por Magno martins

O fim de semana foi marcado por fortes especulações e boataria pelas redes sociais com a notícia da decretação do estado de lockdown inicialmente no Recife, estendendo-se mais tarde pela Região Metropolitana e o resto do Estado. Trata-se da forma mais radical do isolamento social, na tentativa de conter o avanço de casos e mortes pelo Covid-19, o vírus que vem exterminando vidas pelo mundo afora.

Não creio, no entanto, que os pernambucanos, notadamente os recifenses, venham a ser pegos de calças curtas, sem um aviso prévio de pelo menos 48 horas. Foi assim nas cidades que optaram pela vida na guerra contra o inimigo invisível, como São Luiz, numa primeira etapa, depois Fortaleza e Salvador. As pessoas gozam do direito de serem avisadas para o enfrentamento de uma fase que não se sabe como começa nem tampouco como pode vir a acabar.

O lockdown nos priva de tudo, nos leva a aprisionamento mais doloroso aos dias que vivemos hoje, trancafiados em casa, muitas vezes sem o direito sequer a ver a luz do sol. O distanciamento radical envolve fechamento e bloqueio de estradas, policiamento nas ruas para não se ver uma alma sequer andando, mesmo num caminhar à padaria para compra do pão diário.

Posto em prática como grande importância nos lugares onde estiver muito difícil, com alta incidência, alta ocupação de leitos, muitos pacientes chegando e infraestrutura que não consegue se adaptar, o lockdown é justificável. Segundo o Ministério da Saúde, cada Estado ou cidade deve adotar a estratégia que for necessária e não medidas generalizadas, para que serviços essenciais como saúde e alimentação não parem.

No exterior, os lockdowns mais rigorosos foram adotados onde houve crises mais agudas da Covid-19, como em Wuhan, na China, onde surgiu a doença, e no norte da Itália. O Ministério da Saúde define o lockdown ou bloqueio total como o nível mais alto de segurança do isolamento social, que “pode ser necessário em situação de grave ameaça ao sistema de saúde. A finalidade desse tipo de bloqueio é evitar que o total de infectados aumente muito rápido e isso cause sobrecarga nos hospitais.

No sábado passado, os prefeitos estavam convidados para uma videoconferência com o governador Paulo Câmara, via Amupe, a Associação Municipalista de Pernambuco, mas foram surpreendidos com o cancelamento do encontro online sem justificativas. O blog apurou que o adiamento se deu pelo fato de na véspera, na sexta-feira, o Governo se deparar com um quadro apavorante: quase 100 mortos e cerca de mil novos casos confirmados em apenas 24 horas.

Mesmo assim, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, ainda foi chamado ao Palácio, pela manhã do sábado, para tratar da discursão de medidas mais duras, conforme ele próprio anunciou em um vídeo gravado ainda no Palácio das Princesas quando deixou o gabinete do governador igualmente apavorado com a situação que despencou para descontrole e sucateamento do sistema público de saúde.

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