As obras da ferrovia Transnordestina devem encerrar o ano de 2020 com 30% de execução no trecho cearense entre Missão Velha, no Cariri, e o Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Isso só ocorrerá caso sejam mantidos os planos de investimentos da Transnordestina Logística SA (TLSA) e o andamento das intervenções no ritmo presente. Atualmente, a obra se encontra com apenas 16% de conclusão.
“A ferrovia é fundamental para o Ceará e estão entre os eixos estruturantes de desenvolvimento do Estado. A obra foi incluída entre os cinco principais eixos durante e após a pandemia do coronavírus. A Transnordestina estava bem encaminhada. O Ministério da Infraestrutura conseguiu conciliar os interesses do Ceará e de Pernambuco”, explica o presidente da Câmara Setorial de Logística (CSLog) e presidente do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Heitor Studart.
Os interesses divergiam porque a TLSA havia priorizado finalizar as obras do trecho entre Missão Velha e o Pecém. Após a conclusão dessa parte, a empresa daria continuidade aos lotes entre o trecho Salgueiro e Porto de Suape, em Pernambuco. A partir dessa perspectiva, autoridades governamentais pernambucanas não ficaram satisfeitas, gerando discordâncias entre os estados e a União.
“Se deixarem eles trabalharem, a perspectiva é terminar o ano com 30% executado. Além disso, ainda é preciso decidir a situação do consórcio. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) havia pedido ao Ministério da Infraestrutura a caducidade do contrato de concessão. Mas todas essas questões foram interrompidas por causa da pandemia do novo coronavírus”, acrescenta Studart.
Ele também explica que são necessários mais R$ 256 milhões para finalizar o trecho entre Missão Velha e o Pecém, com algumas obras em lotes restantes entre Salgueiro e Missão Velha. “Com esse dinheiro dá para fazer os 30% neste ano”, completa.