Paulo Câmara demitiu o ex-presidente da Compesa por pressões do prefeito do Recife, Geraldo Júlio
Por Magno Martins / Foto: reprodução
Os últimos números da gestão Roberto Tavares à frente da Compesa foram divulgados hoje na publicação do balanço patrimonial da empresa referente ao ano de 2019. Com registro de faturamento de R$ 1,731 bilhão, lucro líquido de R$ 212,8 milhões e patrimônio líquido de R$ 6,224 bilhões, a estatal bateu recordes desde 2011 quando se iniciou a gestão do ex-presidente, que implementou um amplo programa de modernização, fortaleceu o planejamento empresarial, implantou uma gestão de governança corporativa séria, blindou devidamente a Compesa de interferências políticas e investiu em obras recursos que somaram mais de R$ 7 bilhões nos oito anos em que presidiu a estatal.
Também foi registrado no balanço o valor de R$ 72,3 milhões referentes a Juros Sobre Capital Próprio devidos ao Governo do Estado, acionista majoritário da companhia, devendo o valor ser repassado integralmente à conta única do Estado nas próximas semanas, sendo um reforço fundamental no caixa em ano eleitoral. Este recurso vem salvando as contas de Paulo Câmara desde 2017, sendo este um dos motivos da saída de Roberto Tavares, já que sempre o valor era reinvestido para que a empresa realizasse as necessárias obras de expansão e recuperação da rede de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto em todo o Estado.
Nos últimos meses, sob a administração da presidente Manuela Marinho, a Compesa vem sofrendo um amplo processo de desmonte, no qual as decisões e os atos administrativos são pautados pelos pedidos políticos e ordens dadas pelos empreiteiros, inclusive nas mudanças de diretores, que com uma gestão incompetente e amadora, tem descartado toda a experiência e aprendizado de um legado.
Roberto Tavares saiu por pressões do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, mas trabalho e dedicação ficam como grande legado e referência na história da estatal.
