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Bolsonaro diz que Moro não investigou atentado contra ele

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Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho; rodeado de ministros, presidente fez discuso em tom anti-establishment

 Por Exame / Foto: TV Brasil/Reprodução
Poucas horas após o pedido de demissão de Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento dizendo que Moro não se empenhou em investigar a facada contra ele durante a campanha eleitoral de 2018.A Polícia Federal já concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho no atentado ao hoje presidente.

Sobre a demissão do chefe da PF, estopim do pedido de demissão, o presidente afirmou que “autonomia não é sinal de soberania” e que o presidente tinha “poder de veto”, apesar de Bolsonaro já ter afirmado publicamente no passado que Moro tinha “carta branca”.

“Uma coisa é você admirar uma pessoa, outra é conviver com ela. Trabalhar com ela. Hoje pela manhã, por coincidência tomando café com parlamentares eu lhes disse, hoje vocês conhecerão aquela pessoa que tem compromisso consigo proprio com seu ego e não com o Brasil”, disse.

“Um breve histórico: todos conhecemos Sergio Moro da vara federal de curitiba. A Lava Jato já existia e ninguém nega seu brilhante trabalho. Eu, pessoalmente, tive o primeiro contato com Moro em 30 de março de 2017. No aeroporto de Brasília, onde estava em uma lanchonete. Ele praticamente me ignorou”.

“Não esteve comigo durante a campanha. Não esteve comigo no primeiro turno nem quero saber”, disse Bolsonaro.

Histórico

O ex-juiz fez uma série de acusações contra o presidente em seu pronunciamento nesta manhã. Entre elas, Moro disse que Bolsonaro fez inúmeras tentativas de interferência na Polícia Federal, com a intenção de escolher um diretor-geral no órgão que fosse de sua confiança, que ele pudesse colher informações e relatórios de inteligência.

Disse ainda o agora ex-ministro que o presidente tinha preocupação com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal, mas não detalhou quais seriam. As revelações de Moro foram avaliadas por advogados em direito público como graves e com embasamento jurídico para ser enquadrado em crime de responsabilidade, passível de impeachment.

Há meses, o desgaste na relação entre o ministro, que era o mais popular do governo, e o presidente vinha ficando mais latente. O estopim, no entanto, foi a confirmação da demissão do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, aliado e homem de confiança de Moro. Segundo o ex-juiz, ele não foi avisado previamente da exoneração e não foi ele quem assinou o documento publicado no Diário Oficial da União.

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