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Paulo Câmara e o “Auxílio Pipoca”

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Foto: reprodução

Por Magno Martins

O alastramento da crise social do coronavírus levou a União a dar uma ajuda de R$ 600 aos trabalhadores informais, contemplando em torno de 30 milhões de brasileiros. Alguns Estados e prefeituras com mais robustez econômica copiaram a ideia para amenizar o sofrimento de uma legião jogada à sarjeta pela paralisação da atividade econômica. Em Salvador, capital nordestina que vem servindo de referência mundial no enfrentamento ao terror do Covid-19, o prefeito ACM Neto (DEM) criou o “Salvador por todos”, uma ajuda de R$ 270 para trabalhadores informais, sendo R$ 200 para alimentação e R$ 70 para a compra do gás.

Em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) anunciou a distribuição de um cartão-alimentação para cerca de 240 mil estudantes da rede pública estadual, durante o período de suspensão de aulas por causa da pandemia do novo coronavírus. O benefício, no valor de R$ 50, contempla alunos em situação de vulnerabilidade e que dependem da merenda fornecida pelas escolas, em todas as regiões do Estado. Esse valor tem previsão de ser repassado aos estudantes a partir do dia 20 de abril.

No entanto, a partir da próxima segunda-feira, é possível acessar o site Educação PE e fazer uma consulta para saber se têm direito ao benefício. A iniciativa, segundo o Governo do Estado, recebeu um investimento de R$ 12 milhões e tem como base os dados das famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), do Governo Federal. O valor de R$ 50 só pode ser utilizado em compras de produtos alimentícios, de acordo com as regras estabelecidas pelo Governo.

É fato que a crise econômica atual já repercute na arrecadação do ICMS pelos Estados e nas transferências constitucionais. Mas, convenhamos, uma ajuda de R$ 50 é muito pouco. Lideranças da oposição, em sigilo, chegaram a batizar o gesto do Estado de “Auxílio Pipoca”. É compreensível o rebate da oposição. Em números reais, R$ 50 por mês dá uma média de R$ 1,67 por dia, três refeições no valor de R$ 0,56 cada.

“Não dá para comprar nem um saco de pipoca para dividir por refeição com a família”, ironiza um parlamentar. Sinceramente, se o Estado está quebrado, como se desconfia, principalmente depois que o governador e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, compraram uma briga gratuita com o presidente Bolsonaro, que só faz desviar recursos que viriam para cá em direção a outros Estados, melhor não dá esse tipo de ajuda, uma migalha diante do sofrimento do povo.

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