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Sem apoio do Estado, salões de beleza driblam a quarentena

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Rigor do fechamento do comércio, sem um plano de ajuda efetivo do governo, está fazendo a categoria trabalhar na clandestinidade, diz presidente do Sinbeleza

JC Online / Foto: reprodução

As medidas anunciadas pela prefeitura do Recife e governo do Estado para minimizar os impactos econômicos causados pela pandemia do coronavírus não estão agradando os empresários pernambucanos. No setor de salões de beleza, o rigor com o fechamento do comércio, sem que o governo apresentasse um plano de ajuda efetivo, está fazendo a categoria trabalhar na clandestinidade.

A medida de fechamento do comércio feita para evitar a propagação do vírus pode perder a eficiência se nada for feito para auxiliar os profissionais do setor que estão sem renda. A grande maioria do segmento é formado por mulheres. O comércio está fechado desde o dia 21 de março. São quase duas semanas sem faturamento.

“Nossa preocupação é que temos salões funcionando hoje de portas fechadas. Ou seja, tem muito salão de beleza que não está cumprindo a lei porque não tem dinheiro. Precisam pagar o aluguel, luz, funcionário, comer. Como estão sem dinheiro, estão descumprindo a quarentena. Trabalham de porta fechada ou indo atender na casa do cliente”, diz a presidente do Sindicato Patronal dos Salões de Beleza de Pernambuco (Sinbeleza), Cinthia Almeida. “Isso atrapalha o projeto de saúde pública, simplesmente porque o governo fechou as portas e não quer nos ouvir.”

Nossa preocupação é que temos salões funcionando hoje de portas fechadas. Ou seja, tem muito salão de beleza que não está cumprindo a lei porque não tem dinheiro<aspas>

Segundo a líder empresarial, o governo do Estado interviu na crise fechando o comércio e, assim como a prefeitura, coloca a responsabilidade de ajudar financeiramente o setor nas costas do governo federal. O setor de salões de beleza foi fortemente atingido pelas medidas de quarentena impostas pelo Estado ao comércio. Ela diz que, tanto a prefeitura, quanto o Estado, não atendem o pleito mínimo do segmento que é ouvi-los.

“A gente tentou acesso para conversar com o prefeito e o governador. Estamos falando de um setor com 43 mil salões, 22 mil microempresários individuais (MEIs) parceiros e 250 mil empregados. Somos um segmento formado 95% por mulheres, todas chefes de família”, diz Cinthia Almeida. Ela salienta que a principal característica do setor de beleza é ser inclusivo. “Temos muita gente que não sabe nem escrever o nome. Quem é MEI ficou sem renda e, para os pequenos empresários, há muita dificuldade de acesso a crédito. Não é todo banco que conversa com a gente.”

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