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O quartel em pé de guerra parte 2: Lutar pelo perdido ou por aumento?

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Foto: reprodução

Por Magno Martins

Se os policiais militares colocarem como principal pauta na mesa de negociação com o Governo o reembolso dos descontos no Funafim, o fundo previdenciário da categoria, referentes a janeiro e fevereiro, podem até se dar bem, mas, estrategicamente, correm o risco de enfraquecimento perante o poder na negociação dos seus salários. A Polícia Civil já está num processo bem mais adiantado.

Delegados convocaram, para a próxima segunda-feira,16, uma assembleia-geral para discutir se aceitam a proposta que o Governo já fez à categoria. Enquanto isso, a Polícia Militar, a maior tropa de fato da segurança do Estado, não recebeu ainda nenhum tipo de sinalização para abertura de uma rodada de negociações. Ao ceder na devolução do que recolheu ilegalmente, o Governo pode encorpar o discurso contra o aumento.

Pelo menos, essa é a voz corrente na Polícia depois que inativos e pensionistas da PM chiaram contra o recolhimento em duplicidade – janeiro e fevereiro – das contribuições previdenciárias com aumento da alíquota em 9,5%, conforme aprovado na reforma da Previdência. No final da tarde de ontem, o deputado Alberto Feitosa (SD) recorreu judicialmente da decisão do Governo, atendendo a pedido os militares prejudicados.

“Mas o Governo pode usar isso como pretexto para não aumentar o salário da tropa”, diz um experiente militar que acompanhou, ontem, a movimentação nos quartéis com a repercussão da medida adotada pelo Governo. O que mais está preocupando a categoria é a choradeira dos sargentos e pensionistas, que tiveram quase R$ 1 mil de desconto e receberam apenas R$ 500 líquidos.

Para Feitosa, que também é militar, os delegados avançaram de fato na pauta econômica com o Governo muito mais do que os PMs, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra na questão do recolhimento do tributo ao Funafim. “Pode até fazer sentido que, ao devolver o que foi tirado de forma ilegal reforce o discurso do Governo para não dar aumento à Polícia Militar, mas uma coisa está separada da outra”, observa.

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