Por Jamildo Mello
Um grupo do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco prepara um “plano alternativo”, caso a Executiva Nacional do partido determine uma candidatura própria à Prefeitura do Recife: lançar o petista Dilson Peixoto, secretário estadual de Desenvolvimento Agrário de Paulo Câmara.
O objetivo seria “rifar” a candidatura de Marília Arraes, segundo fontes sob reserva, deixando o PT com “um candidato que não desagradaria o PSB”.
A informação circulava nos bastidores neste começo de semana. Na rádio Jornal, Humberto Costa já havia sugerido que poderia haver bate chapa.
O plano seria submeter ao voto no diretório municipal as duas pré-candidaturas, de Dilson e Marília.
No último Processo Eleitoral Direto (PED) do PT em 2019, os grupos que apoiaram Marília Arraes para governadora em 2018 só tiveram cerca de 15% dos votos no Recife.
Atualmente, o diretório municipal do PT é controlado majoritariamente pelo senador Humberto Costa, pelo secretário estadual Dilson Peixoto e por Oscar Barreto, secretário de Saneamento de Geraldo Júlio, no Recife.
Em último caso, o presidente do PT no Recife, Cirilo Mota, cogita convocar uma votação direta de todos os filiados nas duas pré-candidaturas, no que chamou de “PED extra”.
Cirilo também declarou que 80% dos atuais delegados do PT no Recife seriam contra a candidatura de Marília Arraes.
O “plano” já causou duras reações internas no PT.
Em entrevista na manhã de terça (18), a deputada estadual Teresa Leitão (PT), a maior apoiadora de Marília no partido, disse ter ficado “abismada” com as declarações de Cirilo Mota.
Segundo Teresa Leitão, a sugestão de “PED extra” se dá porque os que estariam contra a candidatura de Marília sabe que “ganham no voto”, seja no diretório, seja entre os filiados em geral.
A deputada, em entrevista, disse ver até um suposto tom de “ameaça” na sugestão de “PED extra” feita por Cirilo Mota.