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Marília Arraes pode ser ‘fritada’ novamente pelo PT

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Paulo Câmara (PSB) e Zé Dirceu (PT) trataram em Brasília sobre alianças para 2020

Por Magno Martins

Noticiei, ontem, que o governador Paulo Câmara se abraçou com capricho, em Brasília, às articulações políticas de olho nas eleições municipais de 2020, paparicando velhos aliados magoados, como o líder do PSD na Câmara, André de Paula, já do outro lado do balcão, pré-candidato à Prefeitura do Recife em confronto à política socialista de João Campos.

O périplo de Câmara na corte não se restringiu à   tentativa de fumar o cachimbo da paz com André, político correto, ético e extremamente educado, fruto das lições bem absorvidas na escola Marco Maciel.

Foi mais longe. Amigo de velhos carnavais do ex-ministro José Dirceu, saído da cadeia recentemente, o deputado Wolney Queiroz, presidente estadual do PDT, abriu as portas da sua casa em Brasília para um almoço, ontem, em torno do capitão (era assim que Lula tratava Dirceu no Governo).

Entre uma garfada e outra saboreando um carneirinho importado da Caruaru de Wolney, sob os olhares atentos de deputados de estirpe comunista, como Renildo Calheiros, e o articulador palaciano José Neto, chefe da Casa Civil, Câmara e Dirceu trataram especificamente de alianças para 2020.

E aí entra a agenda Recife. Apurei que Wolney se ofereceu para fazer o meio de campo entre o governador e a cúpula petista, via o capitão de Lula, para convencer a presidente da executiva nacional petista, Gleisi Hoffman, a tirar a pedra do meio do caminho do PSB na capital, que atende pelo nome Marília Arraes.

Fritada num caldeirão ardente em chamas na eleição passada, quando se apresentava extremamente competitiva para o Governo do Estado, Marília sofreria nova queimadura de 180 graus agora, quando, novamente, é vista fortíssima na disputa pela Prefeitura do Recife?

José Dirceu entrou no jogo para isso. E não foi, ontem, a primeira vez que Câmara esteve frente a frente com o ex-ministro da Casa Cívil de Lula. Gostaram tanto do cardápio de Wolney que já é a segunda que juntaram os talheres na casa do pedetista, em Brasília.

Mas poucos acreditam que o PT, mesmo com a forçada de barra do capitão, detenha veneno em dosagem cavalar para ferir de morte, mais uma vez, um projeto para começar a recuperar o poder no Nordeste, como a estratégica Prefeitura do Recife.

Marília anda feliz e aparentemente tranquila. Já estaria até projetando sua pré-campanha eleitoral no Recife com um marqueteiro expert em voos de águia.

Quanto ao encontro de Câmara com André de Paula, este garante que, em nenhum momento, a sucessão no Recife entrou em pauta. Para convencer, André disse que não se encontrou a sós com o governador.  A visita de Câmara foi à liderança do PSD ontem, às 10h30, junto à um colegiado de mais de 15 deputados.

“O governador, mesmo se quisesse, não tinha ambiente, durante o encontro, para tratar de assuntos específicos do Estado e do seu Governo comigo”, disse o líder pessedista.

Com isso, cai por terra também a versão de que o secretário estadual de Turismo, Rodrigo Novaes, do partido de André, mas não indicado por ele, esteja com os dias contados no cargo e que o governador tenha oferecido ao líder do PSD a pasta para um aliado verdadeiro e não alguém que faz trampolim para se eleger deputado federal e tentar em seu lugar na Assembleia botar um primo.

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