Líder pedetista, André Figueiredo, disse que partido terá postura de ‘independência’.
O Globo
BRASÍLIA – Em mais um desdobramento da crise governista no Congresso, o PDT, partido que há anos ocupa o Ministério do Trabalho, e o PTB anunciaram nesta quarta-feira que irão desembarcar da base aliada na Câmara dos Deputados. Segundo o líder do PDT, André Figueiredo (PDT-CE), a legenda não irá para a oposição, mas passará a adotar uma postura de “independência”.
– Não vamos mais participar das reuniões dos líderes aliados. Estamos sendo de forma recorrente desrespeitados, chamados de traiçoeiros e infiéis, quando somos o único partido que avisa antes como irá votar – disse Figueiredo, que acusou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), pelas ofensas.
O deputado afirmou que, antes de anunciar em plenário a decisão da bancada, comunicou-a ao presidente da legenda, Carlos Lupi, e ao ministro do Trabalho, Manoel Dias. Segundo o deputado, Lupi teria lhe dado “total liberdade” para agir e comentou que a permanência na base “tem prazo de validade”. A reação de Manoel Dias foi de constrangimento.
– O Manoel ficou em uma situação constrangedora. Mas, o ministério é da presidente Dilma, foi ela quem escolheu o ministro. Ele tem nossa confiança, mas não foi a bancada que indicou – disse.
André Figueiredo disse que a decisão sobre a eventual saída de todo o PDT da base de apoio ao governo Dilma Rousseff, inclusive com a entrega do ministério hoje ocupado pela legenda, ocorrerá em reunião de todo o partido.
– Temos clareza de que os próximos passos serão naturalmente dados. Não se afasta essa hipótese (de deixar o ministério) – pontuou.