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Papa Francisco abre Sínodo da Amazônia com missa voltada à floresta

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O Papa Francisco abriu o Sínodo da Amazônia neste domingo (6); reunião vai até o dia 27

*Com Estadão Conteúdo

Papa Francisco celebrou neste domingo (6) uma missa de abertura do Sínodo da Amazônia na Basílica de São Pedro, no Vaticano, com atenção voltada aos incêndios na floresta. No local estavam povos indígenas e mais de 180 cardeais, bispos e padres.

O sínodo especial, que começou hoje e vai até o dia 27 de outubro, se tornou um dos mais controversos gestos do papado de Francisco. O encontro vai discutir questões ambientais, além de temas voltados à Igreja Católica em territórios amazônicos, como a presença da instituição junto a povos nativos da floresta.

Na missa de abertura do Sínodo, o Papa condenou o que chamou de “novos colonialismos”. Ele não citou nenhum país específico, mas falou sobre as queimadas que ocorreram na Amazônia e chamaram a atenção do mundo.

“O fogo aplicado pelos interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho”, afirmou durante a homilia. [Os novos colonialismos] Querem avançar apenas suas próprias ideias e queimar o diferente para padronizar tudo e todos.”

“Quantas vezes o dom de Deus não foi oferecido, mas imposto, quantas vezes houve colonização em vez de evangelização”, continuou o pontífice. “Deus nos proteja da ganância dos novos colonialismos”, pediu.

Papa Francisco também lembrou daqueles que foram mortos em lutas e missões na região amazônica. “Querido cardeal Hummes”, dirigiu-se ao brasileiro. “Quando chegar a cidades pequenas amazônicas, vá ao cemitério procurar os túmulos dos missionários Um gesto da Igreja por aqueles que derramaram suas vidas na Amazônica. Não nos esqueçamos deles, merecem ser canonizados.”

“Muitos irmãos e irmãs da Amazonia carregam cruzes pesadas e aguardam pela libertação do Evangelho”, pontuou Francisco.

Dos cerca de 250 convocados pelo papa para participar do Sínodo, 58 são brasileiros – é a maior delegação. O relator-geral do Sínodo é o cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam).

Entre os participantes estão religiosos como bispos, padres e freiras, mas também leigos convidados – cientistas e pessoas ligadas a Organização das Nações Unidas (ONU). A expectativa é grande sobre os debates, principalmente por conta da crise climática contemporânea e de recentes declarações do presidente brasileiro Jair Bolsonaro sobre problemas ambientais na Amazônia, que repercutiram mal no exterior.

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