Em nota lida pelo seu advogado na tarde desta segunda-feira (30) e postada nas redes sociais, o ex-presidente preso Luiz Inácio Lula da Silva disse que não aceita “barganhar seus direitos e sua liberdade” e afirmou que os procuradores da Lava Jato devem “desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família pelo mal que fizeram à democracia, à Justiça e ao País”.
O comunicado é uma resposta de Lula à manifestação dos procuradores de Curitiba, que na sexta-feira pediram à juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena, que ele fosse transferido para o regime semiaberto.
Na carta escrita à mão, Lula não diz explicitamente que recusa a progressão de regime. Isso deve ficar a cargo da defesa do ex-presidente que vai se manifestar oficialmente sobre o pedido do Ministério Público.
O texto reforça o discurso que o petista adotou desde que foi preso de não aceitar progressão de regime ou artifícios jurídicos para sair da cela onde cumpre pena na superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril do ano passado.
“Diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e por Sergio Moro (ex-juiz que o condenou em primeira instância e hoje é ministro da Justiça), cabe agora à Suprema Corte corrigir o que está errado para que haja Justiça independente e imparcial, como é devido a todo cidadão”, escreve o ex-presidente.
De acordo com Lula, “são eles (Lava Jato) e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo”. Advogados próximos ao petista dizem que o caso é “inédito e inusitado” e, portanto, a decisão sobre a permanência de Lula ou não na PF de Curitiba cabe à juíza Carolina Lebbos.