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Coaf aponta R$ 2,5 milhões em ‘movimentações atípicas’ de David Miranda

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Como deputado, Miranda recebe salário de R$ 33,7 mil. De acordo com a assessoria do deputado federal, renda vem de outra empresa em que ele é sócio com o marido, o jornalista Glenn Greenwald

  • Por Jovem Pan / Agência Câmara

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) notificou, através de um relatório, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para “movimentações atípicas” encontradas na conta do deputado federal Davi Miranda (PSOL). O documento, aponta uma movimentação de R$ 2,5 milhões em sua conta bancária entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019.

De acordo com o jornal O Globo, o relatório foi enviado pelo MP no dia 11 de junho, apenas dois dias depois que os conteúdos vazados pelo site The Intercept Brazil, comandado pelo jornalista Glenn Greenwald, com quem Miranda é casado, começaram a ir ao ar.

Após receber o documento, o MP abriu uma investigação sobre a conta bancária do deputado, que recebe um salário de R$ 33,7 mil. O órgão chegou a pedir a quebra do sigilo fiscal de Miranda, mas foi barrado pela 16ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro, que alegou que o envolvido deveria ser ouvido antes que qualquer ação cautelar fosse tomada.

Ao jornal, a assessoria de imprensa de Miranda disse que o cargo de deputado não é a sua única fonte de renda e que “as movimentações são compatíveis com sua renda familiar”. Segundo a equipe do parlamentar, os depósitos encontrados pelo Coaf vem de uma empresa de turismo da qual ele é sócio com o marido, Greenwald. Ele declarou que participa da sociedade da Enzuli Management, nos Estados Unidos, e da Enzuli Viagens e Turismo, no Brasil, tendo 18,75% das ações da americana e 1% da brasileira.

Miranda afirmou que não há provas ou evidências sobre qualquer ilegalidade e que, por isso, “não há dúvida de que [a investigação] é uma retaliação” óbvia ao ” trabalho do The Intercept Brasil na cobertura da Vaza Jato.”

Segundo o relatório do Coaf, R$ 1,3 milhão entrou na conta do deputado no Banco do Brasil, enquanto as saídas foram de R$ 1,2 milhão. O órgão considera “suspeita de ocultação de origem” de depósitos de valores entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil. Apesar disso, a movimentação atípica não configura, automaticamente, uma ilegalidade.

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