O deputado federal Felipe Carreras (PSB), em entrevista nesta segunda-feira (2) ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, relatou o descontentamento com a punição imposta pelo PSB aos parlamentares que votaram a favor da Reforma da Previdência. Para o parlamentar, a punição é uma maneira de “amordaçar” os parlamentares e caçar parcialmente os seus respectivos mandatos.
“Estou numa posição de extremo desconforto em relação ao partido, porque o que o partido está fazendo é caçar parcialmente o nosso mandato. Estão colocando uma mordaça no nosso mandato”. E complementou: “Estão caçando parcialmente o nosso mandato, porque quando nos tiram das Comissões, me retiram a possibilidade de poder defender o povo. Estão colocando uma mordaça e, no final, o que o PSB está fazendo é não deixar a gente trabalhar pelo povo”, afirmou.
O deputado foi suspenso por 12 meses de todas as funções de direção do PSB e de todas as comissões que participa na Câmara dos Deputados por ter votado a favor da Reforma da Previdência, contrariando a orientação do partido pela rejeição do projeto. Dos 10 deputados que passaram pelo processo de infidelidade partidária, apenas Átila Lira foi expulso pelo Diretório Nacional. Os demais foram suspensos.
Na entrevista, Carreras afirmou que não vai se submeter à essa punição e que vai procurar uma forma de exercer o mandato de forma plena.
“Eu não vou ficar para atender capricho do presidente Carlos Siqueira, e nem da direção do partido. Vou estudar junto com os colegas uma forma de podermos exercer o nosso mandato pleno. Não vamos ficar com uma mordaça e o mandato parcial. A minha insatisfação com o partido não é de hoje, e agora chegou no grau máximo, porque ao meu ver, o que fizeram comigo e com os colegas deputados, foi pior do que uma expulsão. Foi uma atitude mesquinha, covarde, e que na ponta estão punindo o povo”, reclamou.
Em relação a uma possível disputa de espaço dentro do partido para disputar a Prefeitura do Recife em 2020 com o também deputado federal João Campos, Felipe Carreras negou a hipótese e ressaltou a boa relação com João e os demais parlamentares pernambucanos que compõem a sigla.
“João é um amigo. Vi João crescer, ele é um talento da política. Eu não vejo por esse lado. Não consigo enxergar que os pernambucanos, meus companheiros de partido, fariam um jogo pequeno a esse ponto. Eu não imagino que esse jogo político da eleição de 2020 passaria pela cabeça dos meus colegas e amigos pernambucanos”, disse.
Ainda na entrevista, Carreras desferiu críticas ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a quem chamou de “gambiarra mal feita”.
“O presidente Carlos Siqueira, que preside o partido, é uma gambiarra mal feita. Ele sempre foi um executivo mediano, que dava auxílio a Arraes e deu continuidade a Eduardo. Ele não tem estatura, dimensão e equilíbrio político para conduzir um partido da história que o PSB tem”, declarou.