Após um dia inteiro de reuniões, governo e caminhoneiros se aproximaram de um acordo para resolver o impasse em torno da tabela de fretes. A expectativa é que na semana que vem outros encontros aconteçam para definir os novos preços e bater o martelo sobre o assunto. De acordo com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a tendência é que a tabela anunciada na semana passada seja revalidada com o acréscimo, sobre esse valor, de um percentual que vai variar de acordo com o tipo de carga transportada.
Esses percentuais vão ser definidos por acordos coletivos, como defende o ministro. “O acordo gera o engajamento de todas as partes, gera o consenso. A partir do momento que você gera o consenso, você estabelece um patamar de valor que efetivamente vai ser praticado, que não foi o que aconteceu até agora com a história da tabela de frete. Quer dizer, se gerava um valor que não era realmente pago, não era fiscalizado, etc.”
Criada logo após a greve dos caminhoneiros que parou o país no ano passado, a tabela de fretes foi uma reivindicação da própria categoria, mas o último reajuste teve valores considerados baixos demais pelos profissionais e pelas transportadoras.
Freitas afirma que a revisão periódica dos valores vai continuar, a partir de agora sempre com os acordos feitos pelos próprios setores. “O mercado tem que se regular, tem que sentar na mesa e resolver o problema, então é essa cultura que a gente está inaugurando agora. O que é principal? Restabelecimento da paz, a gente precisa da paz no setor, porque a falta de paz trouxe insegurança jurídica, tá represando carga…”
A primeira reunião do dia foi com representantes da Confederação Nacional dos Transportes e das transportadoras de cargas. Depois, cerca de oitenta caminhoneiros autônomos, que na semana passada ameaçavam até uma nova paralisação, participaram das conversas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí, Carlos Alberto Littidahmer, os valores que serão negociados vão fazer parte do lucro dos profissionais. “É possível se formar, não o lucro total, porque isso é um mercado quem define, uma lei de mercado que vai estar colocada, mas dá para melhorar os valores e que possa, inclusive, chegar parte dessa lucratividade dentro dessa composição total de frete.”
As próximas reuniões entre governo e caminhoneiros, transportadoras e embarcadores estão previstas para a próxima segunda (29), terça (30) e quarta-feiras (31). No total, são onze seguimentos diferentes e cada um vai ter o próprio valor do frete de acordo com a carga transportada.
*Com informações do repórter Levy Guimarães