A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (22) quatro mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento na invasão de celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e de outros integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto. A operação é mantida em sigilo. Em nota, a PF afirmou somente que “a Operação Spoofing tinha como objetivo desarticular uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos” e ressaltou que “as investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados”.
Também por meio do comunicado, a PF explicou o nome dado à operação. “Spoofing”, segundo a explicação, é um tipo de “falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é”.
No dia 19 de junho a Polícia Federal informou que tinha elementos de prova de que um hacker tentou se passar por Moro e mandou mensagens para terceiros em nome do ex-juiz. Um dos elementos seria uma mensagem enviada no dia 4 de junho a um funcionário do próprio gabinete de Moro, depois de ativar uma conta do Telegram – aplicativo de troca de mensagens via internet.
O ministro afirma ter saído do Telegram em 2017, quando sua conta foi excluída. No dia 5 de junho foi revelado que Moro teve o aparelho desativado, após perceber — ao receber três telefonemas do seu próprio número — que havia sido alvo do ataque virtual. O ex-juiz, então, acionou investigadores da PF, informando da suspeita de clonagem.
Diálogos atribuídos a Moro e a Dallagnol passaram a ser divulgados pelo site The Intercept Brasil desde o dia 9. Os dois sempre negaram ilícitos e acusaram “crime às instituições” no ataque cibernético e na divulgação do material.