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Urge “desmessianizar” o Messias Bolsonaro

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Por Inaldo Sampaio / Coluna Fogo Cruzado – 22 de julho de 2019

A mídia brasileira está saturada de mencionar fatos sobre os quais o presidente da República opinou nos últimos seis meses, tantas as bobagens ditas por ele durante esse período. As mais recentes tiveram como alvo os nordestinos e foram captadas, na última sexta-feira, em Brasília, no encerramento de um café da manhã com correspondentes estrangeiros. O presidente, que nunca se conformou por ter obtido apenas 30% dos votos válidos do Nordeste, nas eleições de 2018, trata a região com absoluto desprezo. Não tem noção da estatura do cargo que ocupa e nem avalia as consequências do que diz. Conforta-o, certamente, ser chamado de “mito” em igrejas evangélicas, sendo que de mitológica mesmo sua figura não tem nada. O pior é que o povo brasileiro já está se acostumando com esse estilo, que inclui também o confronto verbal com generais que não subscrevem o que ele diz e a desqualificação de agências como o IBGE, a ANCINE e o INPE, sempre que divulgam dados com os quais o governo não concorda. Como a maioria do povo brasileiro, em dois plebiscitos, já deu um “não” ao parlamentarismo, que poderia nos livrar desse presidencialismo irracional, resta-nos aguentar com resignação os três anos e cinco meses que ainda temos pela frente, já que a hipótese do impeachment, pelo menos em curto e médio prazo, se apresenta como improvável.

Risco de rejeição

Desenha-se um cenário no Congresso para derrotar a “PEC paralela” que reincluiria estados e municípios na reforma da previdência. Esta PEC tramitaria no Senado paralelamente à que já foi aprovada na Câmara. Só que parte da bancada governista, para “vingar-se” dos governadores do Nordeste, que não apoiaram a PEC da Câmara, é contra a sua aprovação.

Crise não escolhe vítima

O senador Fernando Bezerra (MDB-PE) defende a aprovação da “PEC paralela”, mas também não acha fácil a sua aprovação. Diz que os governadores do Nordeste erraram no “time” e no posicionamento político, que poderia ter sido “menos populista e menos eleitoreiro”. De fato, os nordestinos acham que não pode ocorrer com eles o que houve  RS, MG, RJ e RN.

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